Peru tem manifestações intensas após aprovação de impeachment no Congresso

Presidente do Peru, Martin Vizcarra, foi impedido sob alegação de "incapacidade moral"

Matrín Vizcarra assumiu a presidência do Peru em 2018, após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski
Foto: Reprodução/Facebook Martín Vizcarra
Matrín Vizcarra assumiu a presidência do Peru em 2018, após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski


A capital do Peru , a cidade de Lima, teve uma noite de manifestações conflituosas logo após o anúncio da aprovação do processo de impeachment do presidente Martín Vizcarra. Além dos manifestantes nas ruas, muitos manifestaram a sua insatisfação com penalaços.


Novas manifestações foram convocada para esta terça-feira (10), quando o presidente do Congresso, Manuel Merino, deve assumir o cargo de presidente interino do Peru. Na noite de ontem, um parlamentar da oposição chegou a ser agredido por um jovem enquanto concedia entrevista.

Diversas autoridades e personalidades peruanas se manifestaram para condenar o processo de impeachment alegando golpe. O Congresso do Peru aprovou na última segunda-feira (9) o impeachment do presidente Martín Vizcarra por "incapacidade moral".

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A moção para remover o chefe de Estado, antes querido pela população por sua intransigência contra a corrupção, teve mais do que os 87 votos necessários no Parlamento.

O chefe do Congresso do país, Manuel Merino, assumirá as rédeas do governo até o final do mandato de Vizcarra, em 28 de julho de 2021.

Em setembro, Vizcarra conseguiu sobreviver a uma votação para tentar destituí-lo, pois somente 32 parlamentares votaram pelo impeachment. Em 2019, o político de 57 anos também se salvou de uma tentativa de suspensão.

Vizcarra é acusado de ter aceitado propinas de empresas quando ainda era governador da região de Moquegua, no sul do Peru. O político se defendeu dizendo que as alegações são "infundadas".

Em outra acusação, a oposição afirma que Vizcarra cometeu uma ilegalidade ao contratar um músico do país, Richard Cisneros, para ser uma espécie de consultor do Ministério da Cultura. O caso ganhou força após áudios terem sido revelados pela mídia peruana. Neles, o presidente pedia para duas assessoras mentirem sobre a contratação e sobre a quantidade de vezes que o artista tinha se reunido com o presidente.

Vizcarra estava no poder desde 2018 , quando entrou na função após a renúncia do conservador Pedro Pablo Kuczynski. O Peru terá eleições gerais em abril de 2021.