Casos de Covid-19 em navio no Japão foram iniciados por uma única pessoa
Novo estudo resgatou caso do navio Diamond Princess, que teve mais de 700 infectados, e descobriu que todos os códigos genéticos eram o mesmo
Por iG Último Segundo |
Um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão constatou que as mais de 700 pessoas que contraíram a Covid-19 no navio Diamond Princess, que ficou “preso” no porto de Yokohama em fevereiro deste ano, foram infectadas por apenas uma pessoa.
O caso ganhou atenção por ter ficado em quarentena na cidade japonesa, quando vários dos 3.711 passageiros testaram positivo para a doença do novo coronavírus. Treze pessoas faleceram no navio em decorrência da infecção.
O navio ficou em quarentena por três meses no porto após o desembarque de um passageiro em Hong Kong, que testou positivo para a Covid-19. Assim, mais casos começaram a ser descobertos.
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O estudo que comprova a tese foi publicado na última terça-feira (28) na publicação científica da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, a PNAS. Os cientistas fizeram o sequenciamento genético das pessoas que fizeram testes no navio.
Ao fazer este processo, os pesquisadores esperavam conseguir diferentes combinações genéticas para identificar a variedade de mutações do novo coronavírus em passageiros e funcionários. No entanto, todos os infectados do Diamond Princess tiveram apenas uma origem.
Também foi descoberto que a contaminação em maior número de pessoas começou logo após a infecção da primeira pessoa à bordo.
O que causou as infecções em massa foram as aglomerações que aconteceram na embarcação. Isto porque o cronograma de eventos foi mantido mesmo após a quarentena no porto de Yokohama .
Além disso, o compartilhamento de áreas comuns para alimentação também pode ter contribuído para o espalhamento da doença.
"Embora a disseminação adicional possa ter sido evitada pela quarentena, alguns grupos de progênies podem estar ligados à transmissão por meio de eventos com aglomerações nas áreas de lazer e à transmissão direta entre passageiros que compartilharam cabines durante a quarentena", diz a pesquisa.