República Democrática do Congo enfrenta surtos de Covid-19, Ebola e Sarampo
Além das doenças recorrentes, país africano batalha agora para diminuir também as fatalidades causadas pelo novo coronavírus
Por iG Último Segundo |
Nos últimos anos, a República Democrática do Congo, um dos países mais pobres do mundo, tem enfrentado diversos surtos de Ebola e Sarampo que já mataram milhares de pessoas. Em 2020, a ameaça cresceu e agora as duas doenças têm a companhia da Covid-19 .
Segundo informações da Universidade Johns Hopkins, a República Democrática do Congo soma mais de seis mil casos confirmados e 142 mortes causadas pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Porém, autoridades internacionais apontam que a subnotificação é grande na região, principalmente pela dificuldade do país em realizar testes.
Recentemente, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde ( OMS ), Tedros Adhanom, falou sobre a situação da pandemia no continente africano, ressaltando a importância de as autoridades de saúde estarem atentas para o fato de que a Covid-19 não é a única ameaça em países mais pobres.
A mensagem ocorre após um novo surto de Ebola na região vir à tona. No último dia 1º de junho, quatro mortes foram registradas na cidade de Mbandaka. Além disso, dados da revista científica Lancet mostram que, entre 1º de agosto de 2018 e 28 de maio de 2020, houve 3.406 casos e 2.243 mortes pela doença.
Já o surto de Sarampo ocorre no país desde 2011, com número crescente de casos e óbitos ano após ano. Em entrevista à revista Veja, o virologista Fernando Spilki, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), afirmou que o país somou 350 mil infecções e mais de sete mil mortes desde o ano passado.
Tais experiências fazem com que as autoridades de saúde saibam ao menos por onde começar o processo de enfrentamento do novo coronavírus. Logo que os primeiros casos surgiram, o país já decretou estado de emergência e iniciou um processo de conscientização junto à população. Além disso, disponibilizou enfermeiros, médicos e outros profissionais de saúde para atividades de triagem e testagem.
Porém, segundo análise de agências internacionais, a dificuldade para a obtenção de resultados, uma vez que apenas os laboratórios da capital consegue realizar tal procedimento, tem sido um grande adversário no combate ao Covid-19 .