Covid-19: 40% das mortes atualmente estão na América Latina

Boletim destaca situação do Brasil como a mais preocupante entre países do território

Atualmente, América Latina é apontada como epicentro da Covid-19 no mundo
Foto: Jochen Sand/GettyImages/Creative Commons
Atualmente, América Latina é apontada como epicentro da Covid-19 no mundo


Enquanto a Covid-19 passava da China para os países europeus, a américa-latina estava ilesa. No entanto, com território habitado por cerca de 600 milhões de pessoas, é considerado atualmente o epicentro do novo coronavírus no mundo , com mortes que já representam 40% do número total.

Segundo projeções do Latin America Risk Report, só ontem, 27, a América Latina chegou perto das 2 mil mortes diárias, representando 37% dos óbitos em 24 horas de todo o mundo.

O surgimento de casos também é devastador. Brasil, Chile, México e Peru, somados, tiveram 10 mil novos infectados nos últimos cinco dias. Com o crescimento rápido da doença, esses países já se apresentam nos sete primeiros países mais impactados.

Dessa safra, o Brasil certamente é o que apresenta o pior cenário, já que está atrás apenas dos Estados Unidos em questão de número de casos. Alguns estudos trazem projeções de que os casos podem quadruplicar nos meses que estão por vir.

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Em questão de mortes, o país tem passado a semana fechando com 1 mil vítimas fatais da Covid-19 em 24 horas e pode ultrapassar a situação vista na Espanha e na França em sete dias.

Em relatório, o UBS afirmou na última quarta-feira que seis estados brasileiros já estão lidando com o pico da doença em seus territórios, enquanto a taxa de óbitos vai se tornando cada vez maior nos outros 21 estados.

Ainda não há previsões de pico no México, mas 30 mil pessoas já faleceram em decorrência da doença, um número que é quatro vezes maior comparado às mortes registradas nos últimos quatro anos. As políticas de restrição no país são brandas, como as que são adotadas no Brasil no momento.

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Chile, Colômbia e Peru também estão registrado recordes em número de mortes. No entanto, alguns desses países adotam quarentenas mais duras. O Chile também tem conseguido testar sua população com mais eficácia que o México , que tem mais pessoas vivendo em seu território.

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Países da América Latina lidam ainda com o problema de subnotificação. O México mesmo não tem conseguido testar pessoas que faleceram dentro de suas casas. No entanto, os dados oficiais não são extremamente confiáveis, já que as unidades de saúde não dão conta de testar todos os casos e inseri-los no registro.

Desigualdade social

Os países latino-americanos têm em comum um alto número de cidadãos pertencente à classe de baixa renda, o que significa que muitos estão em condições precárias e não possuem acesso a um sistema de saúde de qualidade.

Problemas como a fome e a falta de acesso à água potável são apenas alguns encarados por milhares em todo território, o que pode impactar no aparecimento das doenças.

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A Covid-19  foi levada aos países por parte da elite que se deslocava de países europeus que já tinham taxas de contaminação existentes.

Independente das medidas restritivas brandas ou não, os países se deparam com a crise econômica, mas não têm conseguido encabeçar políticas de auxílio emergencial realmente eficazes para a população mais pobre.

Com a falta de recursos, tanto do governo quanto da população, quarentenas mais rígidas são consideradas insustentáveis.