Vaticano arquiva inquérito sobre restos mortais de jovem desaparecida em 1983

Análise indicou que ossadas encontradas em imóvel da Igreja são de período anterior ao fim do século 19 e, portanto, não podem ser de Orlandi

Foto: Reprodução
Emanuela Orlandi desapareceu em 1983, quando tinha 15 anos


O Vaticano arquivou nesta quinta-feira (30) o inquérito que apurava se ossadas encontradas em um imóvel da Igreja Católica pertenciam a Emanuela Orlandi , desaparecida desde 1983, quando tinha 15 anos de idade.

Os restos mortais estavam em duas urnas encontradas debaixo de um pavimento do Pontifício Colégio Teutônico , vizinho ao cemitério teutônico do Vaticano , onde os investigadores haviam descoberto dois túmulos vazios durante a busca por Orlandi , em julho passado.

Mas uma análise conduzida em 2019 apontou que nenhuma das ossadas é posterior ao fim do século 19 e, portanto, não poderia ser da jovem.   

“O procedimento relativo à suposta sepultura no Vaticano, no cemitério teutônico, dos restos de Emanuela Orlandi foi arquivado pelo Juiz Único do Estado da Cidade do Vaticano, que acolheu integralmente o pedido do Promotor de Justiça”, diz um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé.   

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Apesar disso, o Vaticano permitiu que a família Orlandi , de forma privada, solicite novas análises de “alguns fragmentos já separados e protegidos em recipientes selados”.

O caso

Emanuela Orlandi desapareceu em 1983, aos 15 anos de idade, enquanto voltava para casa. Ela era filha de um funcionário da Santa Sé, cidadã do Vaticano e residia dentro dos muros do país.   

Diversas hipóteses foram consideradas nas últimas décadas, desde crime comum até vingança contra o pai da jovem ou contra o Vaticano. O filme A verdade está no céu (2016), de Roberto Faenza, cogita que Orlandi tenha sido sequestrada por mafiosos e jogada em uma betoneira. Nenhuma das hipóteses, no entanto, foi confirmada pela Justiça.