"Trabalho a matou": pressão e morte de pacientes fazem médica cometer suicídio

Segundo familiares, a doutora Lorna M. Breen integrava a linha de frente do combate ao vírus em hospital de Nova York

Após morte, pai da doutora pediu que ela seja lembrada como uma heroína
Foto: Reprodução
Após morte, pai da doutora pediu que ela seja lembrada como uma heroína

Um triste caso de suicídio entre funcionários que integram a linha de frente do combate ao Covid-19 aconteceu no último final de semana em um hospital de Nova York, nos EUA. Depois de perder diversos pacientes para a doença, e pressionada pela alta carga de trabalho e pelo perigo que envolve a rotina de uma UTI, uma médica do Hospital Presbiteriano acabou se matando.

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Segundo informações do jornal The New York Times, a doutora Lorna M. Breen, que era diretora do departamento de emergência do hospital, foi encontrada pelo pai em um cômodo da casa que dividia com a família na cidade de Charlottesville, no estado da Virgínia, na noite do último domingo (26).

De acordo com Tyler Hawn, porta-voz da Polícia de  Charlottesville , uma equipe de socorristas foi enviada ao local e encaminhou a médica para o pronto-socorro de um hospital da região, mas ela acabou não resistindo aos ferimentos.

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"Ela tentou fazer o trabalho dela e isso acabou a matando", lamentou o pai de Lorna, o doutor Philip C. Breen. Em entrevista ao jornal, ele revelou que a filha vinha sentido a pressão do dia a dia na UTI do hospital e contava as cenas devastadoras que vinha presenciando por causa do novo coronavírus (Sars-Cov-2).

Ele afirmou ainda que a filha chegou a contrair a doença e se afastou do trabalho, mas voltou a ocupar seu cargo no hospital cerca de uma semana e meia depois, quando se recuperou e recebeu autorização. Entretanto, o hospital optou por afastá-la novamente, o que fez a família interferir na questão e levá-la para Charlottesville.

"Ela não tinha qualquer registro de problema mental, mas, da última vez que conversei com ela, senti que havia algo de errado. Agora, só quero que ela seja lembrada como a heroína que era", finalizou.

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Em comunicado, o  Hospital Presbiteriano de Nova York ressaltou as qualidades de Lorna e, como solicitado pelo pai dela, a definiu como uma heroína: "trouxe os principais ideais da medicina para os desafios da linha de frente do departamento. Nosso foco hoje é prestar todo o suporte à família, amigos e colegas de trabalho, que precisarão lidar com essa triste notícia em meio ao caos de uma pandemia".