Covid-19: Chile vai criar "cartão do imune" para quem quiser voltar a trabalhar

Este será o primeiro passaporte de imunidade do planeta; objetivo é garantir que pessoas saudáveis possam retomar atividades

Aeroportos do país já realizam testes em passageiros e visitantes para identificar a presença do vírus
Foto: Reprodução/Facebook
Aeroportos do país já realizam testes em passageiros e visitantes para identificar a presença do vírus

O governo do Chile planeja dar um passo importante, e inédito, na batalha contra a pandemia do Covid-19. A partir da próxima segunda-feira (27), os cidadãos poderão solicitar um "cartão do imune", que será disponibilizado para pessoas que estão recuperadas do vírus e querem voltar a trabalhar.

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Segundo informações do The Washington Post, o cartão, que seria o primeiro "passaporte de imunidade" do planeta, foi pensado pelo Ministério da Saúde do Chile para  isentar de regras de isolamento e outras restrições as pessoas que forem testadas e aprovadas contra o Covid-19 .

"Esse grupo pode ajudar muito a comunidade porque já não apresenta qualquer tipo de risco", afirmou o ministro Jaime Mañalich, em entrevista ao jornal. O Chile é o país que mais testa sua população na América do Sul e tem maior capacidade de dar tal passo em direção à volta da normalidade.

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Até o momento, mais de 4,6 mil pessoas já se recuperaram do novo coronavírus (Sars-Cov-2) e estariam elegíveis a receber a autorização do governo. Além destes, quem não foi infectado também pode solicitar o cartão, mas precisa passar por testes que confirmem a "probabilidade muito grande" de não ser contagiado, informa Mañalich.

Apesar de positiva, a proposta tem encontrado resistência. Os críticos apontam que a ideia avançou sem ter passado pela avaliação da Sociedade Imunológica do Chile e que os dados sobre o Covid-19 , principalmente sobre a recuperação de pacientes, ainda são incertos.

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"Existem sérias dúvidas sobre a existência de imunidade à longo prazo quando falamos deste vírus . Pedimos que o governo reavalie essa medida e que envolva especialistas na discussão antes de qualquer decisão", aponta Cristóbal Cuadrado, secretário-técnico da União Médica para Políticas de Saúde no Chile.