No futuro, é possível que as agências espaciais possam lançar missões para encontros com visitantes interestelares
Divulgação/Nasa
No futuro, é possível que as agências espaciais possam lançar missões para encontros com visitantes interestelares



Novas simulações sugerem que a formação e a ejeção de Oumuamua, o primeiro objeto interestelar descoberto pelos astrônomos, podem ser explicadas pela fragmentação de marés.

De acordo com o novo estudo, publicado na revista Nature Astronomy, a fragmentação foi desencadeada por um encontro próximo entre o corpo parental de Oumuamua e sua estrela hospedeira.

"Nossa análise prevê que cada sistema estelar deve ejetar no total cerca de cem trilhões de objetos como Oumuamua, em média, por esse caminho", disse o autor do estudo, Yun Zhang, astrofísico dos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências.

Para desenvolver um modelo que simulasse com sucesso a formação e a ejeção, os pesquisadores precisaram aprimorar e explicar as características que tornam o objeto interestelar único.

A maioria dos astrônomos achou que o primeiro objeto interestelar detectado seria um cometa, mas Oumuamua não compartilhava todas as características tradicionais necessárias.

"Uma das questões mais destacadas sobre Oumuamua é sua forma extremamente alongada", disse Zhang. "Nenhum dos corpos pequenos em nosso Sistema Solar se parece com isso. Outra característica mais intrigante é que ele não mostra evidência de gases, mas sua trajetória mostra que existem acelerações extras que podem ser fornecidas por força não gravitacional."

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Por fim, Zhang e uma equipe internacional de estudiosos determinaram que um encontro próximo entre seu corpo e a estrela anfitriã, criando um "cabo de guerra" entre as gravidades foi a melhor explicação para os recursos de Oumuamua.

"Ser esticado por forças de maré é uma maneira possível de remodelar esse corpo em uma forma tão alongada, embora ninguém tenha provado isso antes", disse Zhang. "Então, queremos usar nosso modelo de ponta para testar essa ideia."

Os estudos mostraram que, durante um evento de ruptura, a superfície dos fragmentos produzidos pela quebra do corpo derreteria a uma distância muito curta da estrela. Simulações ainda apontaram que os fragmentos se condensariam mais tarde, à medida que se afastavam da estrela, permitindo a formação de uma crosta forte o suficiente para garantir a estabilidade estrutural da forma alongada de Oumuamua.

"Conseguimos modelar os processos de fragmentação de marés e ajustar as propriedades do material dos fragmentos de acordo com seus processos térmicos devido à radiação da estrela", explicou Zhang. "Os resultados da simulação confirmaram que o cenário de fragmentação das marés pode produzir Oumuamua com todas as suas características intrigantes."

Além de explicar as origens de Oumuamua, a pesquisa mais recente sugere que objetos interestelares semelhantes a ele são surpreendentemente comuns . Os cientistas esperam começar a encontrá-los regularmente. A cada nova descoberta, eles poderão testar suas teorias de formação.

"Esperamos ver mais objetos interestelares chegando ao nosso sistema solar no futuro, e então podemos comparar suas propriedades com Oumuamua para fazer uma estimativa mais precisa sobre sua taxa de ocorrência", disse Zhang.

No curto prazo, as observações continuarão da superfície e da órbita da Terra, mas, no futuro, é possível que as agências espaciais possam lançar missões para encontros com os visitantes interestelares.

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