A China enviou materiais sanitários ao Vaticano, em mais um sinal de reaproximação entre dois países que não têm relações diplomáticas formais desde 1951. Recentemente, o Brasil tentou comprar equipamentos do país assiático, mas suas compras fram canceladas , após os Estados Unidos garantirem grande parte do estoque.
Leia também: Coronavírus no Brasil: acompanhe a situação no País em tempo real
Segundo o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, os equipamentos foram enviados por meio da Sociedade da Cruz Vermelha da China e de uma fundação beneficente, a Hebei Jinde Charities, ligada ao catolicismo local.
"Chegaram à Farmácia Vaticana doações de equipamentos sanitários, que são expressão da solidariedade do povo chinês e das comunidades católicas com aqueles que estão empenhados no socorro às pessoas atingidas pela Covid-19 e na prevenção da epidemia", disse Bruni.
Segundo o porta-voz, a Santa Sé "aprecia o gesto generoso" e "exprime seu reconhecimento". Até o momento, o Vaticano contabiliza oito casos do novo coronavírus , enquanto a China tem cerca de 83 mil.
Você viu?
Leia também: De gripezinha a "não é tudo isso": vezes em que Bolsonaro minimizou coronavírus
Os dois países romperam relações diplomáticas em 1951, quando a Santa Sé reconheceu a independência de Taiwan, que ainda é visto pela China como parte de seu território e uma "província rebelde".
Durante décadas, os cerca de 12 milhões de católicos chineses viveram divididos entre uma conferência de bispos escolhida pelo Partido Comunista e um braço da Igreja Apostólica Romana que atuava na clandestinidade.
Leia também: Profissionais de enfermagem são agredidos a caminho do trabalho em São Paulo
Em 2018, no entanto, os dois lados assinaram um acordo para permitir que o Vaticano voltasse a ter papel ativo na nomeação de bispos na China , que até então eram escolhidos à revelia do Papa. Apesar disso, padres e bispos no país ainda são obrigados a se alinhar com a igreja oficial.