Líder da extrema direita na Itália, Salvini propõe abrir igrejas na Páscoa
Ex-ministro do Interior causou polêmica com declaração; mais de 15 mil pessoas já morreram na Itália pela Covid-19
Por Ansa |
(ANSA) - O ex-ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, gerou polêmica neste domingo (5) ao propor a abertura das igrejas para a realização das missas no domingo de Páscoa, em meio à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), que já matou mais de 15 mil pessoas no país.
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Em entrevista à emissora italiana Sky TG24, o líder da extrema direita italiana declarou seu apoio à medida, desde que as regras de distanciamento social, incluindo a limitação no número de pessoas, sejam respeitadas.
"Eu apoio os pedidos daqueles que dizem que podem entrar na igreja, ainda que ordenadamente, com as distâncias de segurança, para a missa da Páscoa , talvez um pouco de cada vez, em quatro ou cinco", afirmou.
Segundo Salvini, permitir que os italianos participem da missa na Páscoa durante o bloqueio provocado pelo novo coronavírus representaria um "momento de esperança". Para ele, "só a ciência não é suficiente: o Bom Deus também é necessário".
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"Estamos nos aproximando da Páscoa e também precisamos da proteção do Imaculado Coração de Maria", acrescentou o líder da Liga, lembrando que há um apelo enviado aos bispos para permitir que fiéis entrem nas igrejas do mesmo jeito que vão aos supermercados.
A proposta de Salvini, no entanto, provocou polêmica no país. O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, do Partido Democrático (PD), atacou a medida em um vídeo publicado no Facebook e disse "ser contra a reabertura das igrejas para a Páscoa".
"Discordo porque penso que nesses momentos a fé de alguém pode e deve ser também um assunto pessoal e privado. Mas a questão é: "Se você realmente deseja reabrir as igrejas como você diz, e se você diz que não é apenas uma manchete de jornal, é preciso fazer uma coisa muito clara: pergunte à Lombardia ou ao Veneto [regiões que seu partido Liga governa] para assinar uma ordem a esse respeito. Caso contrário, estamos como sempre [falando] de palavras e não de fatos", rebateu Sala.
No Twitter, alguns padres também criticaram a declaração de Salvini. "Querido Salvini, hoje as igrejas estão fechadas porque nós sacerdotes respeitamos a lei de nosso país. Obedecemos a nossos bispos e não a você. Não usamos nosso povo, mas o amamos", escreveu don Dino Pirri, pároco na província de Ascoli Piceno.
Caro #Salvini , oggi le chiese sono chiuse, perché noi preti rispettiamo la legge del nostro paese. Obbediamo ai nostri vescovi e non a te. Non usiamo il nostro popolo, ma lo amiamo. Non ci sta a cuore il consenso ma il bene comune. #domenicadellepalme
— don Dino Pirri (@dDinoPirri) April 5, 2020
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A região norte da Itália continua sendo a área mais afetada pela pandemia do novo coronavírus.