O navio transportava mais de mil passageiros.
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O navio transportava mais de mil passageiros.

O cruzeiro britânico MS Braemar , com cinco casos de Covid-19 e mais de mil passageiros a bordo, atracou nesta quarta-feira em Cuba , cujo governo autorizou a parada da embarcação "por razões humanitárias". O navio está no porto de Mariel, a cerca de 45 quilômetros da capital Havana.

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A embarcação teve a entrada negada em Barbados e Bahamas, duas ilhas caribenhas que, ironicamente, integram a Commonwealth britânica. Há 52 pessoas isoladas dentro do MS Braemar, incluindo os cinco casos confirmados .

Um dos passageiros a bordo, Steve Dale, publicou no Twitter uma mensagem crítica à decisão dos dois países que recusaram o navio. "Todos deveríamos nos lembrar o que Cuba fez por nós, abrindo as portas quando nenhum dos países e protetorados da Commonwealth britânica na região ofereceram ajuda", escreveu Dale.

De acordo com a rede americana CNN, há muitos passageiros idosos — o principal grupo de risco da Covid-19 .

Segundo as autoridades cubanas, os passageiros do cruzeiro serão transferidos diretamente para o aeroporto internacional José Martí, na capital cubana, e de onde partirão para o Reino Unido às 19h, no horário de Brasília, em quatro aviões diferentes.

"Foram adotadas todas as medidas para um translado seguro, hospitaleiro e rápido dos passageiros e tripulantes da embarcação", disse nesta quarta-feira o porta-voz da chancelaria cubana, Juan Antonio Fernández.

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Agradecimentos diplomáticos

O secretário de Assuntos Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, agradeceu ao governo de Cuba por permitir o desembarque dos passageiros. "Estamos muito agradecidos pelo governo cubano ter permitido rapidamente esta operação e por sua cooperação estreita para garantir nosso êxito", declarou Raab, citado por veículos britânicos.

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O embaixador do Reino Unido em Havana, Antony Stokes, elogiou "a colaboração intensa das autoridades cubanas na operação planejada para devolver ao Reino Unido os passageiros a bordo do cruzeiro".

Em um comunicado, a companhia responsável pelo cruzeiro, a Fred Olsen Cruises, reforçou que o passageiro que não se sinta suficientemente bem para viajar de avião terá apoio e tratamento médico em Cuba.

"Qualquer hóspede (do navio) que tenha recebido um diagnóstico positivo de coronavírus ou tenha demonstrado algum sintoma de gripe, bem como seus acompanhantes, retornará ao Reino Unido em um voo separado", destacou a nota.

Os aviões contarão com profissionais médicos. Como de praxe, mesmo os que não forem diagnosticados com Covid-19 deverão entrar em quarentena por duas semanas no Reino Unido.

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Cuba, que tem sete casos confirmados do novo coronavírus , está multiplicando ações de prevenção e controle. As fronteiras do país socialista, no entanto, se mantêm abertas a despeito dos esforços de nações vizinhas, uma vez que o turismo é o principal motor da economia da ilha.

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