Qualidade do ar na China melhora devido ao surto de coronavírus, diz ONU

Redução de consumo de energia foi apontada pelo chefe da agência meteorológica da ONU como um dos motivos da melhora do ar

Foto: Kentaro IEMOTO / Wikimedia Commons
Poluição do ar em Pequim

O chefe da agência meteorológica da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta quarta-feira (11) que a redução no consumo de energia devido ao novo coronavírus contribuiu para a melhoria da qualidade do ar na China, ilustrando o impacto da redução das emissões humanas.

O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas, mostrou imagens de satélite da qualidade do ar na China em 30 de janeiro deste ano, em comparação com o mesmo dia do ano anterior, durante uma apresentação na sede da ONU, em Nova York.

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A epidemia do novo coronavírus, detectada em dezembro na China, levou o governo chinês a decretar o fechamento de fábricas e a diminuição da circulação de veículos, à medida em que milhões de pessoas permaneceram em casa para evitar a propagação da infeção Covid-19.

Coronavírus deve ser temporário

Também hoje, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, lembrou que o novo coronavírus deve ser temporário, enquanto as alterações climáticas vão manter-se por décadas, requerendo uma ação constante. Ele disse que não se deve superestimar a redução das emissões durante alguns meses.

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De acordo com uma organização não governamental ambientalista, China e Índia concentram a maioria das cidades do mundo mais afetadas por micropartículas que causam mortes prematuras.

Os dois países somam quase 90% das 200 cidades do planeta onde se registram os níveis mais elevados de densidade das partículas PM2,5, as mais finas e suscetíveis de se infiltrarem nos pulmões.

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A maioria das sete milhões de mortes prematuras em todo o mundo, atribuídas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) à poluição do ar, é causada por partículas PM2,5, produzidas por tempestades de areia, incêndios florestais, atividade agrícola, indústria e combustíveis fósseis.

A densidade máxima das partículas 2,5 recomendada pela OMS é de 25 microgramas por metro cúbico de ar. Um estudo publicado em 2019 estimou que a poluição do ar pode ser duas vezes mais mortal do que o previsto anteriormente, com quase 800 mil mortes por ano na Europa ou 2,8 milhões na China. O total mundial passa dos 8,8 milhões.