Mais de 700 pessoas são presas na Turquia por suposta ligação com golpe

Líder de grupo que teria organizado suposto golpe afirma que presidente da Turquia usa falso golpe para perseguir adversários e reunir mais poder

Bandeiras turcas
Foto: Reprodução/Twitter
Bandeiras turcas

A Justiça da Turquia mandou prender nesta terça-feira (18) 766 pessoas suspeitas de ligação com o clérigo exilado Fethullah Gulen, acusado pelo regime do presidente Recep Tayyip Erdogan de ter orquestrado o suposto fracassado golpe de Estado de 15 de julho de 2016.

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Os mandados de detenção a Turquia atingiram militares, policiais e até funcionários do Ministério da Justiça. Segundo a Procuradoria de Ancara, 467 indivíduos são acusados de fraude em exames feitos em 2009 para admissão de policiais. O objetivo seria infiltrar agentes ligados a Gulen.

Líder do movimento " Hizmet " ("Serviço", em tradução livre), Gulen vive nos Estados Unidos e acusa Erdogan de ter encenado o golpe para concentrar o poder em suas mãos e perseguir adversários.

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Desde o suposto golpe de 2016, Erdogan já promoveu o expurgo de mais de 140 mil servidores públicos e militares. Dezenas de milhares de pessoas também foram presas por suposta conexão com Gulen.

Segundo a comissária de Direitos Humanos do Conselho da Europa, Dunja Mijatovic, a falta de "independência da magistratura e sua tendência a favorecer interesses políticos" são um "risco real para o Estado de direito" na Turquia.

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Ela diz que a situação na Turquia "se deteriorou enormemente nos últimos anos", devido às "medidas tomadas pelas autoridades após a tentativa de golpe de Estado", que tiveram "consequências devastadoras sobre a independência e a imparcialidade da magistratura".