Evo admite que não deveria ter buscado 4º mandato: "Foi um equívoco"

Ex-presidente também revelou que pretende voltar à Bolívia antes das eleições presidenciais para participar da campanha de seu partido

Evo Morales disse que ainda pretende voltar à Bolívia
Foto: Reprodução/Twitter/evoespueblo
Evo Morales disse que ainda pretende voltar à Bolívia

O ex-presidente boliviano Evo Morales admitiu em entrevista ao jornal alemão Zeit que foi "um erro" voltar a se candidatar à presidência do país. "Foi um equívoco assumir a proposta do povo após a decisão do Tribunal Constitucional. Mas o povo havia decidido e eu aceitei sua proposta para uma quarta candidatura", afirmou.

Durante as eleições do ano passado houve polêmica nas apurações que fez o resultado ficar em cheque por suspeita de fraude. Isso porque o candidato  da oposição Carlos Mesa liderava a apuração, mas, depois de uma paralisação na contagem, Evo apareceu como o ganhador. Apesar de ter se beneficiado, agora o ex-presidente defende a realização de uma investigação, as ainda defende que o processo foi regular.

"Não houve fraude. A Organização dos Estados Americanos ( OEA ) incendiou a Bolívia com seu relatório eleitoral", afirmou Evo.

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O ex-presidente disse acreditar que seu partido, o MAS (Movimento para o Socialismo), vencerá as eleições presidenciais do próximo dia 3 de maio. Ele adverte, no entanto, que "nessa ocasião, sim, é que pode ocorrer fraude eleitoral".

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Para participar da campanha de seu aprtido, Evo também revelou que pretende voltar à Bolívia antes das eleições presidenciais, apesar dos riscos. Ele ainda afirmou que renunciou "para evitar a pena de morte". "Eu não esperava a violência, o fascismo e o racismo que ocorreram", acrescentou.

Ex-chanceler

Ainda nesta sexta-feira, o partido de Evo anunciou que o ex-chanceler David Choquehuanca será seu candidato à presidência da Bolívia nas eleições de 3 de maio.

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Choquehuanca, um indígena aimara de 58 años, obteve apoio necessário para representar o MAS, partido criado por Evo. O ex-chanceler terá como companheiro de chapa o líder cocaleiro Andrónico Rodríguez.

Choquehuanca, que é aimará como Evo e foi o rosto indígena da diplomacia do governo, havia se afastado do gabinete ministerial nos últimos anos.