Jovem é atropelado e esmagado pela polícia durante protesto no Chile; assista
Vídeo chocante mostra um manifestante correndo de um blindado da polícia, que se choca com outro veículo; jovem quebrou a bacia e está internado
Violentos confrontos entre manifestantes e a polícia foram registrados nesta sexta-feira (20) em diversos pontos da região metropolitana de Santiago, no Chile , após a implementação de uma nova logística do governo, que inclui grades de metal e aumento do efetivo policial, para tentar diminuir focos de protestos. Em um dos casos de violência, um jovem foi atropelado e esmagado por dois carros dos carabineros, a polícia militar.
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O caso aconteceu na Praça Baquedano, também conhecida como Praça Itália, no centro da capital chilena, por volta das 19h de sexta. Em um vídeo publicado nas redes sociais, é possível ver o jovem correndo de um blindado que tenta atropelá-lo, mas o automóvel acaba se chocando com outro veículo policial. Durante a colisão, o jovem acabou sendo prensado pelos dois carros. Segundo as primeiras informações, o jovem quebrou a bacia e está internado em estado estável.
Assista abaixo
ACTUALIZAMOS (01:49)
— PIENSA.PRENSA (@PiensaPrensa) December 21, 2019
nos hemos comunicado con la familia del joven atropellado por Carabineros en Plaza de la dignidad.
Está en la clínica Las Condes.
Hasta ahora tiene 4 fracturas (pelvis), hemorragia interna, compromiso de vejiga. Los médicos continúan realizando exámen. pic.twitter.com/KKldSIBBUu
O diretor-executivo para as Américas da organização de direitos humanos Human Rights Watch, José Miguel Vivanco, criticou a atuação dos carabineros, destacando que o incidente não é um caso isolado.
"De que servem as afirmações sobre Direitos Humanos feitas pelos Carabineros se nas ruas seguem atuando com brutalidade extrema? Os autores e os mandantes da operação devem ser destituídos e sancionados penalmente. Se isso não acontecer, continuarão os abusos", afirmou em uma publicação no Twitter.
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Durante a noite de sexta-feira, diversos manifestantes, principalmente jovens, foram à Praça Baquedano. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e jatos de água. Depois de quase uma hora, os manifestantes quebraram as cercas de metal e forçaram a polícia a recuar para as ruas próximas.
Os protestos no Chile começaram em 18 de outubro, após o aumento nas tarifas de metrô, mas rapidamente se transformaram em protestos em massa contra a desigualdade e o sistema político chileno. Além de grandes manifestações pacíficas, houve muitos episódios de violência, com incêndios criminosos e saques.
O uso excessivo de força por parte das forças da segurança também foi questionado por diversas organizações. Na semana passada, um relatório indicou que a polícia usou água com gás de pimenta e soda cáustica contra manifestantes em diversos protestos que tomam conta do país há dois meses. Em um documento distinto, a Organização das Nações Unidas apontou na semana passada numerosas alegações de torturas, maus tratos, estupros e outros tipos de violência sexual cometidos pelas forças da segurança contra pessoas detidas, muitas delas de forma arbitrária. Segundo os números oficiais, 28 mil pessoas foram presas, a maioria delas já liberada.
Ao todo, foram documentados 113 casos de tortura e 24 casos de violência sexual contra mulheres, homens e jovens, cometidos por integrantes da polícia e do Exército. Os observadores também afirmam que centenas de queixas foram apresentadas por integrantes da sociedade civil.
Mas, apesar da série de denúncias sobre violações de direitos humanos cometidas pelas forças de segurança, o presidente Sebastián Piñera enviou um projeto de lei ao Congresso na segunda-feira para reforçar a proteção às forças de segurança do país. Segundo o mandatário, mais de 2.500 policiais ficaram feridos nos protestos, alguns gravemente.
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"Nosso governo, além de repudiar categoricamente todos os abusos de direitos humanos contra nossos cidadãos, também repudia categoricamente a agressão, os maus tratos, a humilhação que afetam com frequência a nossa polícia", disse o presidente do Chile , ao assinar o projeto de lei.