A ativista Greta Thunberg fez uma publicação no Twitter neste domingo (8) em que diz que os índigenas mortos após um atentado no Maranhão foram assassinados por estarem protegendo florestas. A jovem sueca fez o comentário ao compartilhar uma notícia da agência Al Jazeera que noticiava o caso.
"Os povos indígenas estão sendo literalmente assassinados por tentar proteger as florestas do desmatamento. Repetidamente. É vergonhoso que o mundo permaneça calado sobre isso", escreveu Greta.
Indigenous people are literally being murdered for trying to protect the forrest from illegal deforestation. Over and over again. It is shameful that the world remains silent about this. https://t.co/u1eLE8t0K4
— Greta Thunberg (@GretaThunberg) December 8, 2019
No início da tarde de sábado, dois índios da etnia guajajara morreram após atentado a balas às margens da BR-226, no município de Jenipapo dos Vieiras, no Maranhão, há 500 quilômetros ao sul da capital São Luís. Outros dois ficaram feridos, sendo um em estado grave e outro que pode ter alta ainda neste domingo.
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De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), os indígenas foram atingidos por tiros disparados por ocupantes de um veículo. "Indígenas foram atingidos por tiros originados de um veículo Celta, de cor branca, e vidros espelhados. A equipe da FUNAI está na região, com os indígenas, providenciando o registro da ocorrência. A Secretaria de Estado de Segurança Pública foi acionada e já acompanha o caso, bem como a Secretaria de Estado de Direitos Humanos. Foi cientificada a Polícia Federal que já investiga o caso", diz o comunicado.
Antes, em 1º de novembro, Paulo Paulino Guajajara foi morto em uma emboscada na Terra Indígena Arariboia (MA) quando realizava uma ronda contra invasões.
No Twitter, o governador do Maranhão, Flávio Dino, disse que os secretários de Segurança Pública e de Direitos Humanos do estado "estão pessoalmente presentes nos locais dos assassinatos" para "colaborar com as autoridades do governo federal e dialogar com as lideranças indígenas".
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Nas redes sociais, políticos se posicionaram sobre o atentado. Para a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva o "banho de sangue" na Amazônia exige "uma resposta firme e urgente das autoridades brasileiras".
"O assassinato de 2 indígenas Guajajara não pode ficar impune. É preciso conter a barbárie e chegar aos responsáveis por esses atos criminosos. Minha solidariedade ao povo Guajajara", escreveu Marina.