Protestos em Hong Kong acontecem há 22 semanas.
Reprodução/Twitter Michael Zhang
Protestos em Hong Kong acontecem há 22 semanas.

Ao menos 30 pessoas ficaram feridas em mais um final de semana de protestos antigoverno e pró-democracia em  Hong Kong , entre elas um homem em estado crítico e dois em estado grave. Após os novos episódios, a mídia chinesa defendeu, nesta segunda-feira, uma postura mais dura para conter os protestos que tomam as ruas da cidade há 22 semanas.

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Segundo a polícia, 12 policiais também ficaram feridos durante os confrontos deste final de semana e mais de 300 pessoas , com idades entre 14 e 54 anos, foram presas entre sexta-feira e domingo. Os atos deste final de semana foram os primeiros desde que o governo local proibiu que o ativista Joshua Wong, um dos líderes do movimento pró-democracia, concorresse nas próximas eleições locais.

Manifestantes e policiais entraram em confronto em diversos pontos dos centros comercial e financeiro da cidade, com a utilização de bombas de efeito lacrimogêneo, balas de borracha e jatos d’água. Os opositores, por sua vez, lançavam mão de barricadas, coquetéis molotov e pedaços de metal.

No domingo, o escritório local da agência de notícias estatal chinesa Xinhua foi, pela primeira vez, alvo de participantes dos protestos. Portas e janelas de vidro foram quebrados e coquetéis molotov foram lançados no interior do edifício. Segundo a polícia, os manifestantes tentaram incendiar o prédio, mas as chamas foram rapidamente controladas.

O Clube de Correspondentes Estrangeiros da cidade expressou grande preocupação com o ataque contra a Xinhua, afirmando que organizações midiáticas e jornalistas devem poder trabalhar em Hong Kong sem medo de ataques e intimidações. Associações midiáticas locais também vêm condenando o que descrevem como uma repressão desmedida da polícia aos jornalistas.

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Segundo a polícia, os protestos são “um desastre humano” para a cidade, que ingressou oficialmente em sua primeira recessão em dez anos na semana passada. Desde que os protestos começaram, em 9 de junho, mais de 45 quilômetros de muretas protetoras de rodovias foram destruídas e 145 estações ferroviárias e metroviárias foram vandalizadas.

Protestos continuam

Nesta segunda-feira, dando prosseguimento aos protestos do final de semana, mais de 100 manifestantes ocuparam um shopping onde, no domingo, diversas pessoas foram esfaqueadas. O suspeito, que arrancou parte da orelha de um político durante, foi espancado pelos opositores e posteriormente preso. Outras duas pessoas também foram presas.

Os protestos mais recentes ocorrem em meio a uma intensificação das pressões do governo, que conseguiu uma medida liminar para banir a troca de mensagens que façam apologia à violência. Horizontal e sem lideranças definidas, o movimento de oposição que toma as ruas da cidade desde junho tem seus detalhes majoritariamente organizados em fóruns virtuais.

Em paralelo, o governo central da China prometeu aumentar seu controle sobre seu território semiautônomo especialmente no que diz respeito a assuntos de segurança nacional. A decisão, tomada durante uma reunião do governo central, foi acompanhado pelo anúncio de que Pequim pretende "melhor o sistema e os mecanismos pelos quais o governo central indica e remove o chefe do Executivo e outros funcionários importantes" nos territórios autônomos de Hong Kong e Macau.

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O cargo de chefe do Executivo, atualmente ocupado por Carrie Lam , é atualmente escolhido por uma comissão de 1.200 pessoas majoritariamente favoráveis à Pequim. O governo, no entanto, não deu maiores detalhes sobre quais serão as alterações ou quando elas acontecerão. Uma das principais demandas dos manifestantes que tomam as ruas da cidade desde junho é que ocorram eleições diretas para o cargo,mas Pequim não dá quaisquer sinais de ceder.

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