Mulheres sauditas poderão se alistar nas Forças Armadas
Reprodução/Twitter
Mulheres sauditas poderão se alistar nas Forças Armadas

As mulheres sauditas foram autorizadas pela primeira vez a se alistar nas Forças Armadas do reino ultraconservador, que iniciou um programa de reformas econômicas e sociais, informou o Ministério das Relações Exteriores nesta quarta-feira (9).

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O governo da Arábia Saudita tem aumentado recentemente suas decisões sobre mulheres neste país, que segue uma versão rigorosa do Islã, enquanto organizações de direitos humanos o acusam de reprimir ativistas feministas.

“É um novo passo em direção à emancipação”, escreveu no Twitter o Ministério das Relações Exteriores, acrescentando que as mulheres só poderão exercer as funções de soldado de
primeira classe, cabo e sargento.

Riad já havia autorizado no ano passado o ingresso de mulheres nas forças de segurança .

As novas diretrizes também irão permitir que as mulheres que viajem sozinhas possam alugar um quarto sem presença de um responsável do sexo masculino. Com isso, casais estrangeiros também vão passar a poder reservar um quarto compartilhado sem terem de apresentar prova de casamento.

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Abertura a turismo

A mudança acontece após a introdução de uma nova política de vistos de turismo , anunciado há uma semana e apresentado como uma medida que procura promover o turismo e o seu impacto no PIB da Arábia Saudita — neste momento equivale a 3%, mas as autoridades querem que passe para 10%.

O visto anual, que permite várias entradas no país e estadias até 90 dias, é o primeiro mecanismo do gênero num país que nunca permitiu visitas cujo propósito fosse unicamente o turismo. A partir de agora, cidadãos dos 49 países previamente aprovados podem pedir online ou no momento da chegada o documento que permite a sua entrada — todas as outras nações terão de candidatar-se pessoalmente na embaixada ou consulado saudita mais próximo.

Assim, o país decidiu afrouxar rígido código de vestuário imposto às mulheres turistas: têm de manter os ombros e joelhos tapados, mas não precisam mais cobrir o corpo inteiro.

As mudanças seguem uma série de iniciativas semelhantes do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, que aos poucos começaram a conceder direitos às mulheres nos últimos anos, como
a possibilidade de obter uma carteira de motorista ou viajar para o exterior sem o consentimento prévio de um “tutor” (pai, marido, irmão, filho ou outro parente masculino).
Críticos, no entanto, acreditam que as medidas são superficiais.

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Durante o mesmo período, foi desencadeada uma onda de repressão contra ativistas de direitos humanos. Alguns deles continuam detidos, como a defensora dos direitos das mulheres Lujain al Hathlul.

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