O presidente dos EUA, Donald Trump , chamou de “golpe” o inquérito autorizado pela Câmara dos Deputados que pode levar a um processo de impeachment contra ele. Em duas postagens no Twitter, ele também insinuou que o processo ataca as liberdades dos cidadãos.
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“Quanto mais eu vejo, a cada dia, chego à conclusão de que o que acontece não é um impeachment, é um GOLPE, com o objetivo de retirar o Poder do Povo, seu VOTO, suas Liberdades, sua Segunda Emenda (à Constituição), Religião, Forças Armadas, Muro na Fronteira e os direitos dados por Deus de Cidadão dos Estados Unidos da América”, disse Trump .
Pouco depois, publicou um vídeo em sua defesa, dizendo que essa era a "maior caça às bruxas da história.
Desde a abertura do inquérito pela presidente da Câmara , Nancy Pelosi , Trump adotou um discurso de ataque à deputada democrata e aos responsáveis pela denúncia que está sendo analisada. Ele é acusado de pressionar o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky , para que inicie uma investigação contra o ex-vice-presidente Joe Biden , um possível rival na eleição presidencial do ano que vem. A ação é vista como um pedido indireto para que a Ucrânia se envolva no processo eleitoral americano, algo que, para muitos deputados, é uma ação que pode levar ao seu afastamento do cargo.
Nesta etapa da investigação , os deputados estão analisando as informações contidas na denúncia, que foi feita por um agente de inteligência que teve acesso às informações sobre a conversa telefônica entre Trump e Zelensky , ocorrida no dia 25 de julho. Além disso, funcionários do governo estão sendo intimados a fornecer documentos, como no caso do advogado do presidente, Rudolph Giuliani , ou a comparecer às comissões.
Até o momento, dois depoimentos estão confirmados: o da ex-embaixadora dos EUA na Ucrânia, Marie Yovanovitch , que falará no dia 11 de outubro, e do ex-enviado especial americano, Kurt Volker , previsto para comparecer na próxima quinta-feira. Outras três pessoas ainda não responderam às convocações: George Kent , secretário assistente no Departamento de Estado, o conselheiro do Departamento, T. Ulrich Brechbuhl , além do embaixador americano junto à União Europeia, Gordon Sondland.
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Diante das convocações, o secretário de Estado Mike Pompeo , que teria acompanhado a conversa entre Trump e Zelensky, fez uma reclamação formal ao presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
“Estou preocupado com aspectos de seu pedido, que podem ser entendidos apenas como uma tentativa de intimidar, ameaçar e tratar de forma imprópria os distintos profissionais do Departamento de Estado, incluindo vários funcionários de carreira, agora alvos da comissão”, afirmou, em carta.