Os Estados Unidos anunciaram que enviarão reforços militares, juntamente com sistemas de defesa aérea e antimísseis, para a Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos após os ataques contra instalações de petróleo , que Washington e Riad atribuem ao Irã. Após o anúncio, o comandante da Guarda Revolucionária iraniano alertou que qualquer país que atacar Teerã se transformará em 'campo de batalha'.
O Pentágono, no entanto, não falou em ataques militares na região, onde já mantém soldados. "Em resposta ao pedido do reino (saudita), o presidente Donald Trump aprovou o envio de forças americanas, que vão atuar de forma defensiva", disse o chefe do Pentágono, Mark Esper, em uma entrevista coletiva.
Mais detalhes e o número de soldados a serem enviados serão divulgados na próxima semana. Mas de acordo com o general Joseph Dunford Jr, presidente do Estado-Maior Conjunto, seria uma "distribuição moderada" de centenas de soldados, e não milhares.
Pressionado por repórteres sobre se o governo ainda estava considerando ataques militares, Esper respondeu: "Não é onde estamos agora".
Funcionários do Departamento de Defesa revelaram ao "New York Times" que o Pentágono implantaria baterias antimísseis adicionais e talvez aviões de guerra. O porta-aviões Abraham Lincoln também poderia prolongar sua estadia na região, segundo as fontes.
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A mobilização ocorre em meio ao acirramento da crise política na região após drones explodirem instalações da petroleira Aramco, no sábado passado. Na quarta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo
, acusou o Irã de realizar um “ato de guerra” com os ataques aéreos, mas o presidente Donald Trump parece relutante em ordenar uma ação militar.
Os grupo rebelde houthi no Iêmen — aliados do Irã que lutam na Guerra do Iêmen contra uma coalizão liderada pela Arábia Saudita — reivindicaram autoria do ataque. Os EUA e a monarquia saudita, porém, sugerem envolvimento do governo iraniano, que nega as acusações.
Mais cedo, em entrevista na Casa Branca, Trump anunciou novas sanções contra o Banco Central do Irã. "Isto significa que não haverá mais dinheiro seguindo para a Guarda da Revolucionária para financiar o terrorismo", afirmou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
O país, por sua vez, negou qualquer envolvimento no ataque de 14 de setembro, que abalou os mercados globais de petróleo e aumentou as tensões entre Washington e Teerã. Após o anúncio do envio de soldados americanos, o Irã voltou a reagir neste sábado.
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"Quem quiser que seu território se torne o principal campo de batalha, vá em frente", afirmou o general Hossein Salami durante entrevista coletiva em Teerã. Nunca permitiremos que uma guerra invada o território do Irã.