As autoridades de Hong Kong proibiram nesta quinta-feira (12) o novo protesto agendado para o próximo domingo (15) pela Frente Civil de Direitos Humanos, responsável por liderar as manifestações pró-democracia no território há mais de três meses.
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A decisão chega depois que a chefe do governo local, Carrie Lam, retirou definitivamente o polêmico projeto de lei de extradição para a China continental, estopim para a onda de protestos em Hong Kong . A polícia alega que os últimos protestos foram marcados por atos de violência, incluindo incêndios e bloqueios de estrada, além de ter sido programado em uma região de "alto risco"
O ato do próximo domingo, porém, havia sido convocado para exigir respostas para outras quatro propostas dos ativistas: o início de uma investigação independente sobre a atuação da polícia nos protestos; a libertação de presos; a não consideração das manifestações como "revolta"; além do retorno da eleição universal para eleger o chefe de governo.
Apesar da retirada do projeto de lei, os líderes das mobilizações alegam que a atitude foi tomada "tarde demais", além de defenderem que é insuficiente. Em comunicado, a Frente Civil de Direitos Humanos ressalta que "o governo de Lam, devido à sua arrogância, grave falta de cálculo político e incentivo à violência policial elevou a crise" e a nova decisão "não pode acalmar a população". O grupo ainda informou que entrou com um recurso contra a proibição das autoridades.
Nesta quarta-feira (11), o ativista Joshua Wong, um dos líderes do movimento pró-democracia em Hong Kong , visitou Berlim, na Alemanha, onde se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas.
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O encontro, por sua vez, provocou a ira da China, que convocou o embaixador alemão em Pequim, Clemens von Goetze, para prestar esclarecimentos - um gesto de protesto dos chineses. "Infelizmente, o que aconteceu agora, tenho que dizer, terá consequências negativas nas relações bilaterais, e o lado chinês terá que reagir", afirmou o embaixador chinês Wu Ken.