O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, tomou posse nesta quinta-feira (5) para seu segundo mandato como chefe de governo. Conte comanda a Itália desde junho de 2018. Ele havia renunciado ao cargo , mas formou uma nova coalização e voltou ao poder para um novo governo.
Conte não tem filiação partidária, mas é alinhado ideologicamente ao Movimento 5 Estrelas (M5S). Este se aliou ao centro-esquerdista Partido Democrático (PD) para a formação do novo governo .
A cerimônia de juramento ocorreu no Palácio do Quirinale, sede da Presidência da República, em Roma, quase um mês depois de o agora ex-ministro do Interior e ex-vice-premier Matteo Salvini
, da ultranacionalista Liga, ter tentado derrubar Conte
para forçar a realização de eleições antecipadas.
O premier liderará uma equipe de 21 ministros (três a mais que na gestão anterior), sendo 10 do M5S, nove do PD, um da aliança de esquerda Livres e Iguais (LeU) e uma "técnica", a advogada Luciana Lamorgese, escolhida para substituir Salvini no Ministério do Interior.
Em seguida, Conte se dirigiu ao Palácio Chigi, sede do governo, onde tocou o pequeno sino que precede a primeira reunião do Conselho dos Ministros. O novo gabinete terá temas importantes a tratar já em suas primeiras semanas, como a venda da Alitalia, a lei orçamentária para 2020 e a indicação do próximo representante italiano na Comissão Europeia, que deve ser o ex-premier Paolo Gentiloni (2016-2018).
O ministério mantém apenas três nomes da gestão anterior, incluindo o líder do M5S, Luigi Di Maio, que trocou a pasta do Desenvolvimento Econômico pela das Relações Exteriores.
Formação de alianças
Foi a afinidade com o M5S que alçou Conte do anonimato ao cargo político mais cobiçado do país após as eleições do ano passado, quando a sigla obteve 32% dos votos.
Como o resultado foi insuficiente para garantir maioria no Parlamento, o M5S formou uma aliança com a ultranacionalista Liga, de Salvini. Os dois partidos se recusaram a ceder o cargo de premier a seus respectivos líderes, então a solução foi buscar um nome alternativo e sem trajetória política: Giuseppe Conte .
No entanto, após um ano e dois meses de um governo turbulento, Salvini decidiu romper a coalizão com o M5S, a quem acusava de bloquear projetos importantes para o país, como o trem de alta velocidade entre Turim e Lyon.
Seu objetivo era capitalizar a liderança da Liga nas pesquisas e chegar ao cargo de primeiro-ministro. O movimento antissistema, contudo, abriu negociações com seu maior adversário político, o centro-esquerdista PD, e frustrou, ao menos por enquanto, o desejo de Salvini de realizar novas eleições e formar um novo governo mais à direita.