Sem vagas, Portugal não sabe quando voltará a agendar vistos para imigrantes

Serviço de vistos não tem vaga para agendamento de processos. Órgão teve maior número de imigrantes em Portugal desde 1976, com 480 mil pessoas

Foto: Reprodução/ANA
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Sem vagas para o agendamento de parte dos processos de vistos para imigrantes, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal ainda nem sabe quando será aberto o calendário de 2020. Superlotado, o órgão admite problemas para agendar atendimentos cruciais para a permanência legal no país, como a renovação de residência e o reagrupamento familiar.

Este ano, o SEF registrou o maior número de imigrantes em Portugal desde 1976, com 480 mil pessoas. O Brasil é a maior colônia, com 105.423 residentes legais, um recorde desde 2012 e um aumento de 23% em relação ao ano anterior. O problema no SEF é reflexo deste grande fluxo.

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Neste sábado, já não era possível agendar o serviço de renovação de título de residência em Lisboa, Porto, Braga e Faro, quatro dos mais procurados postos da rede de atendimento do SEF.

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Além da grande demanda, o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras tem informado que o SEF sofre com  a falta de mão de obra e do investimento em meios tecnológicos. Este ano, diz o sindicato , o serviço precisou transferir inspetores, que poderiam trabalhar nos postos de atendimento, para aeroportos de Porto, Lisboa e Faro.

Apesar da ampliação do horário de atendimento até às 20h, ficando aberto por cerca de 12 horas diárias, não está sendo possível atender a todas as solicitações.

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No início de agosto, o SEF abriu oito mil vagas para tentar evitar problemas relacionados à superlotação e diz ter dado prioridade aos processos de maior procura, como a renovação de autorização de residência e o reagrupamento familiar.

No primeiro semestre, o SEF atendeu 155 mil estrangeiros e tem 141 mil agendamentos marcados até o fim deste ano. Para o calendário de 2020, que ainda não tem data para começar, o SEF pretende abrir o agendamento de maneira parcelada, em fases, e após “avaliar uma estratégia para aumentar a capacidade de atendimento do serviço e implementação de medidas tecnológicas”.