Trump acusa China de mover tropas para fronteira com Hong Kong

Polícia Armada do Povo realizou exercícios de grande escala na cidade de Shenzhen, na fronteira, no fim de semana, para conter possíveis confrontos

Donald Trump, presidente dos EUA, com Xi Jinping, presidente da China, durante reunião do G20
Foto: Divulgação / Official White House Photo / Shealah Craighead
Donald Trump, presidente dos EUA, com Xi Jinping, presidente da China, durante reunião do G20

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (13), citando a inteligência americana, que o governo da China está movendo tropas para a fronteira com
Hong Kong, e pediu calma enquanto os confrontos entre manifestantes e autoridades da ex-colônia britânica continuavam.

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Não ficou imediatamente claro se Trump estava relatando novos movimentos ou movimentos perto da fronteira já relatados na mídia. “Nossa inteligência nos informou que o governo
chinês está movendo tropas para a fronteira com Hong Kong. Todos devem ficar calmos e seguros!”, escreveu no Twitter.

Em uma aparente demonstração de força, a Polícia Armada do Povo realizou exercícios de grande escala na cidade de Shenzhen, na fronteira com Hong Kong, neste final de semana. Em
vídeos publicados pelo jornal chinês Global Times, é possível ver cerca de dez veículos blindados para o transporte de tropas dirigindo-se para o local. Enquanto a polícia
chinesa responde ao Ministério de Segurança Pública, a Polícia Armada está sob controle da Comissão Central Militar e atua em rebeliões, motins, ataques terroristas e outros
atos ilegais.

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Hong Kong tem autonomia política, administrativa e judicial, um modelo conhecido como “ um país, dois sistemas ”, garantido pela Lei Básica , semiconstituição elaborada quando o
território foi devolvido à China pelos britânicos em 1997.

Nesta terça-feira, pelo segundo dia consecutivo, todas as decolagens foram canceladas no aeroporto de Hong Kong em meio a protestosantigoverno e pró-democracia que já se
estendem por dez semanas. Em resposta à escalada de confrontos e violência, a ONU pediu cautela e investigações sobre a violência policial, enquanto a chefe do Executivo local,
Carrie Lam, fez um apelo para que os manifestantes não “empurrem a cidade para um abismo”.

Centenas de manifestantes ocuparam os saguões de embarque e desembarque do aeroporto da cidade, o oitavo mais movimentado do mundo, utilizando carrinhos para impedir que os
passageiros chegassem até os guichês das companhias aéreas e aos portões de embarque.

À noite (fim da manhã no Brasil), um homem foi amarrado e espancado por manifestantes, que afirmaram que ele seria um policial chinês à paisana, infiltrado no protesto. Do lado
de fora, um grupo de policiais da tropa de choque local usou gás de pimenta contra os manifestantes, enquanto tentava escoltar o homem ferido até uma ambulância.

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Mais cedo, o órgão responsável pela gestão do aeroporto anunciou o cancelamento dos check-ins pelo resto do dia, afirmando que as operações haviam sido “seriamente afetadas”.