Eduardo Bolsonaro completou idade mínima para chefiar embaixada na última quarta

Deputado federal, filho de Jair Bolsonaro, completou 35 anos nesta semana, no último dia 10, às vésperas do presidente cogitá-lo para cargo

Donald Trump, Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro durante reunião da cúpula do G20, no Japão
Foto: Reprodução/Instagram/Bolsonarosp
Donald Trump, Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro durante reunião da cúpula do G20, no Japão

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), cotado para assumir a embaixada brasileira em Washington, completou 35 anos na quarta-feira (10), idade mínima estabelecida por lei para que alguém assuma a chefia de uma missão diplomática permanente. O aniversário do deputado aconteceu um dia antes de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, afirmar que cogita nomeá-lo para o cargo.

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Segundo a legislação brasileira, chefes de missão diplomática permanente devem ser escolhidos entre os ministros de primeira ou segunda classe (em casos específicos) do Itamaraty, mas abre uma exceção. Também podem ocupar o posto brasileiros natos que não pertençam aos quadros do Ministério das Relações Exteriores e sejam maiores de 35 anos de idade, "de reconhecido mérito e com relevantes serviços prestados ao país" – onde supostamente se encaixaria o nome de  Eduardo Bolsonaro .

Sua possível indicação veio à tona nesta quinta-feira, quando o presidente comentou que "tá um papo aí que o Eduardo pode ser indicado para ser embaixador nos Estados Unidos " e perguntando ao ministro se "é isso mesmo".

Mais tarde, durante uma live ao lado do Ministro de Relações Exteriores Ernesto Araújo, Bolsonaro comentou as razões pelas quais cogita nomear o filho para o cargo diplomático:

"O meu filho Eduardo fala inglês, fala espanhol, há muito tempo roda o mundo todo, goza da amizade dos filhos do presidente Donald Trump, o qual eu torço pra ele ser reeleito ano que vem, assim como torço para o [Maurício] Macri ser reeleito na Argentina no corrente ano. Torcida, né?", declarou.

"E existe a possibilidade e depende do garoto. Só que ele tem que, se eu não me engano, renunciar ao mandato dele, caso aceite um convite. E passe pelo Senado, obviamente, também, tá certo?", acrescentou, lembrando que a eventual indicação teria que ser submetida ao crivo dos senadores.

Eduardo Bolsonaro disse ao Globo  que não recebeu um convite formal para assumir a embaixada do Brasil em Washington. Mas assegurou que cumprirá a missão, caso seja de fato o escolhido pelo pai.

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"Não existe confirmação sobre essa questão, mas pode ter certeza que a função que o presidente me der eu vou cumprir, assim como estou cumprindo no Congresso ou busco cumprir na Creden (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara). Pode ter certeza que, se vier essa função, vou tentar desempenhá-la da melhor forma possível. Mas não existe confirmação", afirmou o parlamentar.

O presidente afirmou que a escolha já foi cogitada no passado, e que levou em conta o custo e benefício da decisão. Ele também disse que, da parte dele, decidiria agora. "Da minha parte decidiria agora, mas não é fácil uma decisão como essa. Não é fácil renunciar a um mandato sendo o deputado mais votado do Brasil", afirmou.

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O Itamaraty ainda não recebeu instruções para submeter o nome de Eduardo Bolsonaro ao governo americano, como é praxe. Em geral, o nome do embaixador só é divulgado depois que o governo do país em questão concede o chamado agrément.