"Para Deus, ninguém é estrangeiro", afirma Papa em missa a migrantes

Francisco também cobrou "generosidade" com os mais frágeis; o pontífice afirmou ainda que "os migrantes são, antes de tudo, pessoas humanas"

Foto: Reprodução/Vatican News
Papa Francisco, em missa para migrantes, disse que, aos olhos de Deus, ninguém é 'estrangeiro'; entenda

Em meio às ofensivas na Europa contra ONGs que fazem resgates no Mediterrâneo, o papa Francisco celebrou nesta segunda-feira (8), na Basílica de São Pedro, Vaticano, uma missa para cerca de 250 migrantes e voluntários de serviços de acolhimento.

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Em sua homilia, o líder da Igreja Católica afirmou que, "para Deus, ninguém é estrangeiro". "Olhe com amor os deslocados, os exilados, as vítimas da segregação, as crianças abandonadas e indefesas, para que a todos seja dado o calor de uma casa e de uma pátria, e a nós, um coração sensível e generoso com os pobres e oprimidos", disse o papa Francisco .

A missa ocorreu no aniversário de seis anos da visita do papa a Lampedusa, ilha italiana que é palco da crise migratória no Mediterrâneo. "Os mais frágeis e vulneráveis devem ser ajudados. É uma grande responsabilidade da qual ninguém pode se eximir", declarou Francisco, acrescentando que os migrantes são "pessoas".

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"Não se trata apenas de questões sociais ou migratórias. Não se trata apenas de migrantes . Os migrantes, antes de tudo, são pessoas humanas e hoje são o símbolo de todos os descartados pela sociedade globalizada", ressaltou.

Jorge Bergoglio ainda lembrou que os migrantes e refugiados são "abandonados no deserto, torturados, abusados e violentados em campos de detenção" e "desafiam as ondas de um mar impiedoso".

"Infelizmente, as periferias existenciais de nossas cidades são densamente povoadas de pessoas descartadas, marginalizadas, oprimidas, discriminadas, abusadas, exploradas, abandonadas, pobres e sofridas", disse.

O papa também dedicou uma oração aos socorristas do Mar Mediterrâneo, que enfrentam restrições em países da Europa, como Espanha e Itália .

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A missa do papa Francisco aconteceu uma semana após a prisão da alemã Carola Rackete, capitã do navio Sea Watch 3 e que desafiou o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, ao forçar a entrada de uma embarcação com 40 migrantes no porto de Lampedusa. Após três dias em prisão domiciliar, Rackete foi libertada pela Justiça, mas ainda pode responder a processo por favorecimento à imigração clandestina.