Manifestantes nas ruas de Hong Kong
Reprodução/Twitter Helen Davidson

Um milhão de pessoas protestaram no domingo (9), segundo organizadores

Dezenas de milhares de pessoas voltaram às ruas de Hong Kong neste domingo em protestos que pedem o engavetamento permanente da polêmica lei de extradição que permitiria ao governo extraditar pessoas para qualquer país com o qual o assunto não tenha sido previamente acordado, incluindo China e Taiwan.

A tramitação do projeto  foi suspensa por prazo indefinido pela chefe do Executivo de Hong Kong , Carrie Lam, neste sábado (15).  A suspensão se deu após confrontos violentos entre manifestantes e policiais ao longo da semana, mas a decisão foi considerada insuficiente pelos organizadores das marchas, que pretendem manter a pressão sobre Lam.

“Retire a lei do mal!”, gritavam manifestantes vestidos de preto em marcha que saiu de um parque e seguiu em direção ao prédio do Conselho Legislativo — o Parlamento da ex-colônia britânica devolvida à China em 1997, mas que mantém sistemas político, jurídico e administrativo próprios, em um arranjo conhecido como “um país, dois sistemas” — no coração da cidade. O percurso é o mesmo da  manifestação que reuniu um milhão de pessoas há uma semana.

Segundo os organizadores dos protestos, a lei de extradição colocaria a população de Hong Kong à mercê do Judiciário da China continental, nebuloso e controlado pelo Partido Comunista.

"A reação de Carrie Lam não foi sincera, é por isso que estou manifestando hoje", explicou à agência AFP Terence Shek, de 39 anos, que foi ao protesto acompanhado de seus filhos.

Como Lam não desistiu de vez, os manifestantes exigem o abandono do projeto, a renúncia da chefe de governo e desculpas pela violência que deixou quase 80 pessoas, incluindo 22 policiais, feridas em repressão aos protestos na quarta-feira (12).

"Essa suspensão significa que o projeto pode ser retomado a qualquer momento", argumentou o militante Lee Cheuk-yan.

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Neste sábado, um homem morreu ao cair do telhado de um centro comercial em Hong Kong , onde ficou por várias horas com um cartaz dizendo: “Retire completamente a lei de extradição chinesa. Não somos baderneiros. Libertem os estudantes e os feridos”. Neste domingo (16), pessoas formavam enormes filas para deixar flores e origamis no local da tragédia, além de mensagens de homenagem ao morto.

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