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A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que cerca de um quarto da população da Venezuela - em torno de 7 milhões de pessoas- precisa de apoio, segundo informativo interno que mostra aumento da desnutrição e de doenças, em meio à severa crise econômica e política.
"(O acordo permitirá) que a Cruz acelere e incremente todo o seu apoio humanitário à Venezuela, em termos de saúde, de remédios", disse Maduro em transmissão da TV estatal. O presidente não deu detalhes sobre o acordo e os insumos que poderão entrar no país sul-americano.
"Eu abri as portas, uma vez que acabou o show, o show da ajuda humanitária. Lembram-se do show?... Que vem do mar, que vem de barco, que vem por rio, que vem pela Colômbia, mentiras", acrescentou Maduro.
Em fevereiro, o chefe do Congresso, Juan Guaidó, que evocou a Constituição para se autoproclamar presidente interino e conta com o reconhecimento de mais de 50 países, tentou liberar a entrada de ajuda humanitária pelas fronteiras com a Colômbia e o Brasil, mas não foi bem-sucedido.
Na quarta-feira, representantes da Cruz Vermelha na Venezuela disseram a repórteres que estavam à espera da permissão do país sul-americano para a entrada de 23 toneladas de insumos provenientes do Panamá e uma importante carga de medicamentos oriunda da Itália.
Em abril, uma primeira remessa de 24 toneladas, reunidas pela Federação da Cruz Vermelha, chegou à Venezuela, procedente do Panamá. Guaidó afirmou que a chegada da ajuda era o reconhecimento por parte do governo de uma emergência humanitária negada anteriormente.
O governo venezuelano assinala que as sanções impostas pelos Estados Unidos impedem a aquisição de medicamentos e comida no exterior. No entanto, economistas e opositores denunciam que as restrições para obter insumos existem desde antes da aplicação das medidas por Washington.
A Venezuela enfrenta grave crise econômica, que empobreceu milhões de venezuelanos e acentuou o fluxo migratório na região.