Em São Paulo, Obama defende educação e critica lei de armas dos EUA

Durante palestra na capital paulista, ex-presidente norte-americano falou da importância da educação para reduzir desigualdades e condenou corrupção

Foto: Pixabay / Divulgação
Barack Obama foi presidente dos EUA de 2009 a 2017

Quem esperava ouvir o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama falar sobre Donald Trump, os problemas da política internacional, a ascenção da direita na Europa ou os rumos
seguidos por Jair Bolsonaro (PSL) no Brasil se frustou. Durante palestra num evento de inovação digital em São Paulo, na tarde desta quinta-feira (30), Obama fez uma ode ao
poder do capitalismo, do livre mercado, da educação e de governos bem geridos para atacar os grandes desafios da humanidade, como a crescente desigualdade econômica e o
aquecimento global.

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Diante de uma plateia de 10 mil pessoas, na maioria empreendedores, no Vtex Day, evento promovido pela empresa de tecnologia Vtex no SP Expo, pavilhão de eventos na zona sul de
São Paulo, Obama participou de um bate-papo de 50 minutos e abriu o discurso lembrando sobre como uma professora da escola que estudou no Havaí aos dez anos conseguiu inspirá-lo
a seguir adiante os estudos.

"O poder de inspirar uma criança é um dos maiores presentes que um professor pode dar. Um mau professor pode te ensinar álgebra e outras coisas. Mas grandes professores
conseguem te ajudar a identificar as coisas que previnem você de ser aquele que você quer ser", disse. Na primeira fila da plateia estavam professores da rede pública convidados
pela organização do evento a assistir a palestra.

"Não pode ter mercado funcionando direito sem ter um governo que funciona, sem estado de Direito, sem transparência. Se há corrupção e uma empresa precisa pagar propina, não há
bom governo nem um capitalismo que funciona", afirmou o ex-presidente norte-americano na sequência.

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Instado a falar sobre o seu papel hoje no mundo, Obama disse querer treinar uma nova geração de líderes politicos, algo que ele considera essencial para reduzir desigualdades em
países como o Brasil.

"Quero ajudar jovens a empoderar suas comunidades para mudar o mundo. No Brasil há muita gente que poderia estar fazendo coisas incríveis se tivessee a chance. Morei num país
que apesar dar desigualdades crescentes pôde me dar a educação necessária para ser presidente", ponderou.

"Prover serviços básicos às crianças não é caridade, é o essencial para garantir os direitos humanos básicos", acrescentou o ex-presidente, que citou Singapura e Finlândia como
países que conseguem prover a educação necessária para criar oportunidades às suas gerações mais jovens.

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Obama abordou ainda os momentos difíceis à frente da presidência dos Estados Unidos , cargo que ocupou entre 2009 e 2017. O dia mais duro para ele foi confortar a familia de uma
criança assassinada em sala de aula. Obama aproveitou para criticar as leis de armamentos dos Estados Unidos.

"A lei de armas nos EUA não faz sentido , as pessoas podem comprar qualquer tipo de armamento nas lojas, pela internet… Eu tive que falar com pais de crianças mortas e eu não
pude nem prometer que isso mudaria porque não poderia mudar as lei (de armamento). Esse foi o dia mais frustrante do meu governo", relatou Obama , sob fortes aplausos da plateia.