Ex-presidente do Sudão, Omar al-Bashir foi formalmente acusado na Justiça do seu país pela morte de manifestantes durante protestos contra seu regime, informou nesta segunda-feira (13) o Ministério Público.
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As acusações contra al-Bashir resultaram da abertura de uma investigação sobre a morte de um médico durante manifestações na capital do Sudão , Cartum. Em nota, a promotoria sudanesa recomendou acelerar a investigação sobre a morte dos manifestantes. Outras pessoas foram acusadas junto com o ex-presidente.
Em 11 de abril, al-Bashir foi deposto num golpe militar que sucedeu meses consecutivos de protestos. Ele governava o país há três décadas.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) o acusa de crimes de guerra, crimes contra a Humanidade e genocídio pelos conflitos na região de Darfur, no oeste do Sudão. O presidente nega. Em abril último, dez dias após a sua deposição, Ministério Público também abriu investigação por lavagem de dinheiro contra o ex-ditador, após a apreensão do equivalente a R$ 440 milhões na sua casa .
De 75 anos, al-Bashir enfrentou rebeliões armadas, crises econômicas e tentativas do Ocidente de torná-lo um pária, mas só caiu após uma onda de protestos desencadeada em dezembro passado por cortes nos subsídios do pão e dos combustíveis no Sudão . As manifestações contra o aumento do pão cresceram e passaram a pedir sua saída até que o ministro da Defesa, Awad Mohamed Ahmed Ibn Auf, anunciou sua deposição.