Uma bolsa de cerca de mil anos cheia de drogas psicoativas foi encontrada dentro de uma caverna no vale do Rio Sora, sudoeste da Bolívia. Segundo especialistas, ao menos cinco substâncias de três plantas diferentes foram identificadas. Elas teriam pertencido aos indígenas ancestrais.
Leia também: Apreensões de droga sobem quase sete vezes nas estradas federais do Rio
Em comunicado, José Capriles, integrante da equipe de pesquisa, alegou que esse foi o maior número de drogas psicoativas já encontradas em uma única assembleia arqueológica na América do Sul.
“Nós já sabíamos que os psicotrópicos eram importantes nas atividades espirituais e religiosas das sociedades dos Andes no centro-sul, mas não sabíamos que essas pessoas estavam usando tantos compostos diferentes e possivelmente combinando-os juntos”, informou.
A bolsa foi encontrada em um túmulo humano, enquanto os pesquisadores procuravam por ocupações antigas. Dentro do pacote, haviam dois dichavadores, um tubo aspirador, uma bolsa feita com três focinhos de raposa, restos de cocaína, benzoilecgonina e bufotenina.
Leia também: PRF apreende meia tonelada de maconha que abasteceria comunidade no Rio
Além disso, a bolsa também continha os dois principais ingredientes para a produção de ayahuasca (bebida também conhecia como Santo Daime e tradicional dos povos amazônicos), o que contraria a crença da sociedade científica de que a substância tenha sido descoberta recentemente.
A droga é feita a partir de videiras de Banisteriopsis caapi , que liberam harmina, e do arbusto da chacrona, que libera DMT, uma substância psicodélica. Traços dos elementos encontrados na bolsa indicam que o dono do acessório ingeria ambos ao mesmo tempo, a fim de alcançar um estado alucinógeno .
Leia também: Caminhão com 5 toneladas de maconha é apreendido em Santa Catarina
Segundo a equipe, algumas civilizações antigas acreditavam que o consumo de drogas psicoativas podia levar o usuário a incorporar um animal específico para alcançar reinos sobrenaturais – um deles seria a raposa. O achado também revela que tal grupo tinha amplo conhecimento de botânica, já que sabiam das propriedades medicinais e psicoativas dessas plantas.