Leopoldo López não pode pedir asilo em embaixada espanhola, diz chanceler

López, sua esposa, Lilian Tintori, e sua filha de 15 meses estão na residência do embaixador espanhol na Venezuela desde que ele foi libertado

Foto: Reprodução/Twitter
Leopoldo López pede asilo na embaixada da Espanha em Caracas


O líder da oposição venezuelana, Leopoldo López, não pode pedir asilo político na embaixada da Espanha em Caracas, onde está refugiado há quase uma semana, confirmou nesta segunda-feira (6) o ministro das Relações Exteriores da Espanha, Josep Borrell. 

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"Houve muita confusão sobre as condições nas quais ele estava, se ele tinha pedido asilo. Ficou claro que, de acordo com a nossa legislação, o asilo político só pode ser pedido quando se chega a território espanhol. Essa norma também vale para Leopoldo López ", disse o ministro.

López, sua esposa, Lilian Tintori, e sua filha de 15 meses estão na residência do embaixador espanhol na Venezuela desde que ele foi libertado por militares enquanto cumpria uma sentença de quase 14 anos de detenção em prisão domiciliar.

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Segundo Borrell, apesar da embaixada ser considerada "território espanhol para efeito de inviolabilidade territorial, não é considerada território espanhol com a finalidade de pedir asilo". Desta forma, López só pode pedir oficialmente o asilo político se pisar em solo espanhol. Apesar do aviso do chanceler, López permanecerá na embaixada.

Reunido neste domingo com o seu homólogo da Venezuela, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, pediu que os Estados Unidos cancelem os seus planos "irresponsáveis" de derrubar Maduro . Por sua vez, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que os russos e outros aliados do mandatário chavista devem sair do país sul-americano. Lavrov e Pompeo têm um raro encontro previsto para segunda-feira.

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Na terça-feira, o chamado Grupo Internacional de Contato (GIC), que reúne países europeus e latino-americanos na tentativa de solucionar a crise na Venezuela, realizará uma nova reunião na Costa Rica, com o objetivo de intensificar os esforços diplomáticos para uma solução "política, pacífica e democrática". O encontro será presidido pela alta representante da União Europeia (UE), a italiana Federica Mogherini, e pelo ministro das Relações Exteriores da Costa Rica, Manuel Ventura Robles.

Além da União Europeia (UE), haverá representantes dos oito Estados-membros (França, Portugal, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha, Suécia e Reino Unido) e de quatro países latino-americanos (Bolívia, Costa Rica, Equador e Uruguai).

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, reconheceu que a oposição cometeu erros na tentativa de liderar um levante para depor o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Em entrevista ao jornal americano The Washington Post , o líder opositor, que se autoproclamou presidente interino do país em janeiro, destacou que o movimento precisava de maior apoio de oficiais além de Leopoldo López . Ao diário, Guaidó negou rusgas entre opositores e não descartou submeter a votação no Parlamento uma eventual oferta de intervenção militar americana.