O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo que ordenou que "ataques massivos" em Gaza, no terceiro dia de escalada de tensão na fronteira.
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Um foguete disparado de Gaza matou um civil israelense no domingo, enquanto quatro palestinos, pelo menos dois deles armados, foram mortos em ataques israelenses nos confrontos mais sérios desde uma onda de hostilidades, em novembro.
O Exército israelense informou que mais de 450 foguetes, muitos deles interceptados pelo sistema antimísseis Iron Dome, foram disparados contra cidades e aldeias do sul de Israel desde sexta-feira (3). Os militares atacaram cerca de 220 alvos atribuídos a grupos rivais em Gaza.
"Hoje de manhã instruí as Forças de Defesa de Israel a continuarem com ataques massivos contra os terroristas na Faixa de Gaza e também instruímos que as forças ao redor da Faixa de Gaza sejam intensificadas com tanque, artilharia e infantaria", destacou Netanyahu , que também é ministro da Defesa, em nota.
A última rodada de violência começou há dois dias, quando um atirador do movimento da Jihad Islâmica disparou contra as tropas israelenses, ferindo dois soldados, segundo os militares israelenses. O grupo acusou Israel de atrasar a implementação de entendimentos anteriores, corroborados pelo Egito, com o objetivo de acabar com a violência e aliviar as dificuldades econômicas na região.
Desta vez, segundo analistas de assuntos estratégicos israelenses, tanto a Jihad Islâmica quanto o Hamas, o grupo que administra Gaza, parecem acreditar que têm alguma vantagem para pressionar por concessões de Israel, onde as celebrações do Dia da Independência começam na quarta-feira.
No domingo, as sirenes soaram na cidade de Rehovot, cerca de 17 quilômetros a sudeste de Tel Aviv. A cidade está se preparando para sediar a competição musical Eurovision Song Contest em duas semanas.
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Perto do mês sagrado
A escalada precede a entrada do mês sagrado muçulmano do Ramadã, que começa na segunda-feira. Tradicionalmente, é um tempo para a oração, festas familiares e compras.
A polícia israelense disse que um dos foguetes lançados no domingo atingiu uma casa na cidade de Ashkelon, matando um homem de 58 anos. Ele foi a primeira vítima civil israelense em um ataque de Gaza desde a guerra de 2014.
Desde sexta-feira, 12 palestinos, pelo menos cinco deles armados, foram mortos em Gaza, informou o Ministério da Saúde local. Entre eles, há um bebê de 14 meses e uma mulher, inicialmente identificada como sua mãe grávida, mas depois nomeada pela família como a tia do bebê. Segundo o ministério, ela foi morta em um ataque aéreo israelense.
Os militares de Israel negaram o envolvimento nas baixas, dizendo que suas informações de inteligência mostraram que foram mortos por um foguete palestino lançado errado.
Um enviado da ONU disse que estava trabalhando com o Egito para tentar acabar com o conflito, que fez moradores de ambos os lados da fronteira entre Israel e Gaza para se abrigarem. Escolas em Gaza e no sul de Israel foram fechadas.
Os bombardeios israelenses em Gaza destruíram duas estruturas de vários andares. Testemunhas disseram que as forças armadas israelenses haviam avisado as pessoas que estavam dentro para evacuar os prédios, antes de serem atingidos. As construções supostamente abrigavam as instalações de segurança do Hamas.
Saeed Al-Nakhala, dono de uma loja de roupas em um dos prédios, analisou os escombros no domingo e disse que não teve tempo para salvar sua mercadoria.
"Eu estava junto com meu filho na loja, houve um grande barulho e depois outro e as pessoas começaram a correr. Deixamos tudo para trás e escapamos", disse Nakhala. "Então o todo foi destruído".
Nas últimas semanas, a mediação do Cairo ajudou a persuadir Israel a diminuir as restrições ao movimento de bens e pessoas dentro e fora de Gaza e a expandir a zona do Mediterrâneo onde os habitantes de Gaza podem pescar.
Mas Israel reduziu a zona de pesca nesta semana em resposta aos disparos de foguetes e fechou as passagens de fronteira inteiramente no sábado, depois das barragens de Gaza.
Cerca de dois milhões de palestinos vivem em Gaza, cuja economia sofreu anos de bloqueios israelenses e egípcios, bem como recentes cortes na ajuda externa e sanções da Autoridade Palestina, rival do Hamas na Cisjordânia.
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O desemprego em Gaza é de 52%, segundo o Banco Mundial, e a pobreza é desenfreada. Israel diz que seu bloqueio é necessário para impedir que armas cheguem ao Hamas, com o qual travou três guerras desde que o grupo assumiu o controle da região, em 2007, dois anos depois de Israel retirar seus colonos e tropas de lá.