Militares venezuelanos que pediram asilo em embaixada estão desaparecidos

Pedido de acolhimento foi feito diretamente por Juan Guaidó ao presidente Jair Bolsonaro na última terça, mas grupo não conseguiu chegar ao local

Pedido de asilo a militares venezuelanos foi feito por Juan Guaidó a Bolsonaro
Foto: Reprodução/Twitter
Pedido de asilo a militares venezuelanos foi feito por Juan Guaidó a Bolsonaro

Desde que o Brasil concedeu asilo diplomático a 25 militares venezuelanos por pedido feito diretamente pelo presidente da Assembleia Nacional (AN) do país, Juan Guaidó , ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) na última terça-feira, o paradeiro de todos é desconhecido e, em Caracas, fontes opositoras confirmaram que a chegada do grupo a sede diplomática brasileira foi impossível "porque foram detectados pelo menos três carros do serviço bolivariano de Inteligencia" no lugar. 

Leia também: Maduro convoca venezuelanos a desenhar ‘grande plano de mudanças’

Entre os militares venezuelanos , confirmou a mesma fonte, está um general da Guarda Nacional Bolivariana (GNB). Todos tentaram ir até a embaixada, mas foram avisados sobre a presença dos funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligencia (Sebin) e desde então nada se sabe sobre nenhum deles: "A única coisa que sabemos é que estão resguardados, porque os riscos são grandes. Mas não temos informacão sobre onde estão".

O pedido de asilo foi transmitido por Guaidó a Bolsonaro pouco depois do pronunciamento do presidente da AN na região da base militar de La Carlota, na madrugada da ultima terça-feira. A resposta do presidente brasileiro, informaram as fontes opositoras venezuelanas, foi imediata e positiva.

"O Brasil, mais uma vez, deu total apoio a Guaidó, não só político, mas também em questões delicadas como a concessão do asilo aos militares", ampliou a fonte.

O paradeiro dos militares preocupa não só os diplomatas brasileiros que estão em Caracas, mas também representantes de outras sedes diplomáticas, que passaram esta quarta-feira tentando obter informação sobre o grupo, que aderiu ao pronunciamento de Guaidó na última terça. Especulou-se com um pedido de asilo na embaixada do Panamá, mas a informação não foi confirmada.

Leia também: Venezuela acusa Twitter de suspender contas do governo que criticavam Guaidó

Até agora, as embaixadas mais ativas em matéria de asilo a opositoras são as do Chile, Espanha e Brasil. Outras sedes diplomáticas, por exemplo a da Argentina, tem evitado acolher venezuelanos da oposição, sejam civis ou militares.