As partes concordaram em formar um conselho soberano conjunto, integrado por militares e civis, em um governo de transição no Sudão . Nesta segunda-feira (29), os dois grupos discutirão o percentual de participação no órgão. Nesse ponto, as negociações devem ser marcadas por dificuldades.
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Uma fonte da oposição afirmou que as Forças de Liberdade e Mudança querem que o conselho tenha 15 membros, sendo eles oito civis. No entanto, a Junta Militar que governa o país quer que o órgão seja composto por 10 pessoas e que sete sejam integrantes das Forças Armadas do Sudão.
O princípio de acordo ocorreu depois de a equipe de negociação da oposição ter aceitado o convite feito pelos militares para tentar encontrar uma solução para a crise que abala o país e que provocou o golpe que tirou do poder Bashir no último dia 11.
Protestos da oposição
O encontro ocorreu após uma semana de protestos da oposição contra os militares para exigir a formação de uma equipe de transição para devolver o comando do país a um governo civil.
Apesar do acordo, o líder do partido opositor Al Umma, o ex-primeiro-ministro Sadiq al-Mahdi, pediu que a população mantenha os protestos em frente ao principal quartel militar do país.
Os protestos no país começaram em dezembro após uma piora da situação econômica do país, que enfrenta uma crescente alta dos preços dos produtos básicos e dos combustíveis.
A repressão provocou a morte de mais de 50 pessoas. Centenas ficaram feridas e milhares foram presas, mas libertadas depois que o Conselho Militar Transitório assumiu o poder.
Inicialmente, a queda do ex-ditador foi celebrada pelos manifestantes, mas as primeiras medidas tomadas pela junta que assumiu o poder logo levantaram o temor de que o antigo regime estava sendo substituído por uma nova ditadura militar e que a queda de Bashir não passou de uma disputa interna pelo poder.
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Após assumirem o poder, os militares anunciaram que pretendiam formar um governo de transição liderado por um "conselho” militar com validade de dois anos.
Eles também suspenderam a Constituição e impuseram um toque de recolher no país entre 22h e 4h, com duração de um mês.
A junta também decidiu não entregar Bashir ao Tribunal Penal Internacional (TPI). O ex-ditador é acusado de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade no conflito armado da região de Darfur, no oeste do Sudão .
*Com informações da Deutsche Welle, emissora internacional da Alemanha