Governo de Macri perde sexta eleição consecutiva neste ano

Analistas acreditam que a crise econômica que o governo Macri não consegue superar explica os péssimos resultados nos seis distritos

Mauricio Macri vive momento político conturbado na Argentina
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Mauricio Macri vive momento político conturbado na Argentina


Nos últimos quatro meses, seis províncias argentinas foram às urnas em primárias para as nacionais (presidencial, estaduais e legislativas) de outubro e para eleger novos governadores. O último teste eleitoral do país foi no último domingo (28), em Santa Fe, e lá, como em todos os demais pleitos, a aliança governista Mudemos, que apoia Mauricio Macri, foi derrotada. Neste caso, seu candidato a governador ficou em terceiro lugar nas primárias com cerca de 20% dos votos.

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Analistas locais acreditam que a crise econômica que o governo Mauricio Macri  não consegue superar explica os péssimos resultados nos seis distritos e começa a consolidar um cenário complicado para o presidente, que mantém firme sua decisão de tentar a reeleição . 

Nos últimos dois meses, foram realizadas primárias em Entre Rios, Chubut, San Juan e Santa Fe. Em todos os casos, venceram candidatos de partidos locais ou peronistas. A delicadíssima situação econômica se transformou no fator crucial da campanha argentina e até agora teve duas consequencias: enfraquecer Macri e fortalecer o Partido Justicialista (PJ), kirchnerista e não kirchnerista.

Em Rio Negro e Neuquén, na Patagônia, foram eleitos governadores e em ambos os casos triunfaram movimentos locais não aliados à Casa Rosada.

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"O caso de Santa Fé é complicado para o governo porque nesse distrito o macrismo tinha vencido as legislativas de 2017 e os votos da província foram importantes para a eleição de Macri em 2015", comentou o analista Carlos Fara.

Hoje, ampliou Fara, em Santa Fe uma eventual candidatura presidencial da senadora e ex-presidente Cristina Kirchner  (2007-2015) está quatro pontos percentuais acima de Macri.

"Levando em consideração o desastre econômico, ter 20% dos votos não é ruim. Mas a realidade é que o macrismo está perdendo votos que eram próprios", assegurou o analista.

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Entre Rios também era uma província de maioria macrista até dois anos atrás. Hoje o peronismo regional está fortalecido, como em muitas outras províncias. Com a economia em crise e Macri sem encontrar uma saída, os peronistas recuperaram espaços perdidos e quando vão unidos a uma eleição conseguem bons resultados.

Na opinião do analista Sergio Berensztein, "a melhor estratégia para o peronismo tem sido ter candidatos de centro, moderados. Mesmo estando juntos com o kirchnerismo estão conseguindo vencer eleições".

Santa Fé elegerá seu novo governador em junho. Em agosto serão realizadas as primárias na grande maioria das províncias argentinas e em 28 de outubro será o primeiro turno das presidenciais. As pesquisas são desfavoráveis a Macri e continua crescendo o respaldo a Cristina. O governo está adotando medidas desesperadas, como retomar a intervenção no mercado cambial para tentar impedir novas disparadas do dólar, que semana passada bateu 48 pesos. Mas o desgaste, coincidiram ambos analistas, é grande e poderia ser fatal para os planos de reeleição do presidente.