O Peru assinará um memorando de entendimento para se juntar à ambiciosa Iniciativa do Cinturão e da Rota nos próximos dias, revelou na noite de quarta-feira o embaixador de Pequim em Lima.
O embaixador da China, Jia Guide, fez o anúncio para os convidados em uma festa privada em Lima ao lado da vice-presidente do Peru, Mercedes Aráoz, no início de uma reunião de cúpula de três dias sobre a Iniciativa, em Pequim, que contará com presença do ministro do comércio do Peru e líderes de todo o mundo.
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O acordo tornará o Peru um dos poucos países latino-americanos a aderirem formalmente à iniciativa, deixando claro como as nações ao redor do mundo estão sendo atraídas para a órbita de Pequim por causa dos investimentos ambiciosos, apesar das objeções de Washington, que vem pressionando os países da região contra o aumento da influência da China.
A China promete investir US$ 1 trilhão em projetos de infraestrutura ao redor no mundo como parte do projeto, também conhecido como a Nova Rota da Seda. Recentemente a Itália se tornou o primeiro país do G7 a integrar oficialmente o projeto de Pequim. Mercedes Aráoz disse, no entanto, que o relacionamento do Peru com os Estados Unidos permanece sólido.
"A assinatura deste memorando de entendimento é o começo de um modelo de cooperação que trouxe a China para o mundo que eu acho que é interessante e permite expandir os laços de cooperação", disse a vice-presidente à Reuters durante o evento. "Estabelecemos relações bilaterais muito fortes com a China, como fizemos com os Estados Unidos".
O presidente chinês Xi Jinping lançou a iniciativa em 2013, como uma forma de expandir os laços de Pequim com a Ásia, a África e a Europa por meio investimentos em infraestrutura. No ano passado, Pequim convidou também os países da América Latina e do Caribe para parcerias, buscando aprofundar seus laços em uma região rica em recursos naturais, e onde a influência dos Estados Unidos é historicamente forte.
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A decisão do Peru de também aderir à Nova Rota da Seda acontece duas semanas depois de uma visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, que criticou a presença chinesa na região por meio do que classificou como "empréstimos predatórios".
A China ultrapassou os Estados Unidos como o maior parceiro comercial Peru há alguns anos. A maior parte das compras chinesas no país latino é de cobre e outros minerais. Mas há também uma recente expansão chinesa para abarcar investimentos em infraestrutura.