O líder norte-coreano, Kim Jong-un, chegou nesta quarta-feira (24) a Vladivostok para sua primeira reunião com o presidente russo, Vladimir Putin , na busca por apoio internacional em sua disputa com os Estados Unidos.
O trem blindado privado de Kim passou nesta quarta-feira pela cidade fronteiriça de Khazan, de acordo com a imprensa da Rússia , onde foi recebido com pão e sal, como determina a tradição.
"Espero que esta visita seja um êxito e que eu possa, nas conversas com o presidente Putin, falar de maneira concreta sobre a solução na Península Coreana e o desenvolvimento de nossas relações bilaterais", declarou o norte-coreano a um canal de TV russo, durante uma escala da viagem.
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A chegada de Kim, cuidadosamente coreografada, sofreu uma pequena falha quando seu trem blindado passou do tapete vermelho estendido para sua recepção na estação de Vladivostok. Um Kim sorridente, vestido com sobretudo e chapéu pretos, subiu na plataforma para ser cumprimentado por oficiais russos cerca de um minuto depois de o trem dar marche ré para garantir estivesse alinhado com a cerimônia de boas-vindas.
O desembarque de Kim para a cúpula com Putin foi transmitida ao vivo pela televisão estatal russa. Autoridades russas esperaram pacientemente enquanto o trem trocava de marcha, ao lado de dois auxiliares norte-coreanos que seguravam as rampas que preencheriam o espaço entre o trem e a plataforma.
O encontro em Vladivostok, no extremo oriente da Rússia, será o primeiro entre o ditador e um chefe de Estado desde sua a reunião de Hanói com o presidente americano, Donald Trump , que terminou sem um acordo sobre o arsenal nuclear do Norte. O assessor do Kremlin para Relações Internacionais, Yuri Ushakov, explicou a jornalistas que a cúpula se concentrará "na resolução político-diplomática da questão nuclear" e que a Rússia tem a intenção de apoiar de todas as formas possíveis as tendências positivas neste âmbito".
Ushakov disse que não estão previstas a divulgação de um comunicado conjunto nem a assinatura de acordos entre os dois países.
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Após um ano de 2018 marcado por uma grande aproximação entre as duas Coreias e de uma primeira e histórica reunião entre Kim e Trump, a distensão parece ter ficado em ponto morto, diante do impasse entre o objetivo norte-coreano de amenizar as sanções internacionais impostas contra si e a contrapartida pedida pelos EUA de desmantelamento do programa nuclear de Pyongyang.
Kim se reuniu quatro vezes com o presidente chinês, Xi Jinping, três vezes com o presidente sul-coreano Moon Jae-in e uma vez com o presidente do Vietnã desde março de 2018. Analistas consideram que o ditador agora quer diversificar sua base de apoio internacional ante a disputa com Washington, até para não depender apenas da China.
Moscou defende um diálogo com Pyongyang calcado em um plano definido pela China e a Rússia . O país já pediu o alívio das restrições econômicas contra a Coreia do Norte, enquanto o governo dos Estados Unidos acusa Moscou de tentar ajudar Pyongyang a driblar algumas sanções internacionais.