O presidente da República, Jair Bolsonaro, tem uma visita agendada para esta terça-feira (2) ao centro de memória do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. Este Museu do Holocausto, o único de Israel, é localizado dentro de um importante centro de pesquisas sobre o período, que declara publicamente a origem do regime, definindo o nazismo como um movimento de direita.
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Em seu site, a instituição traz um histórico sobre a ascensão do partido nazista na Alemanha e explica que, "junto a intransigente resistência e alertas sobre a crescente ameaça do Comunismo, criou solo fértil para o crescimento de grupos radicais de direita na Alemanha, gerando entidades como o Partido Nazista". Tal declaração sobre a origem do nazismo contradiz o governo Bolsonaro
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Afinal, poucos dias antes da viagem da comitiva brasileira a Israel, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo , voltou a insistir que o regime tem origem na esquerda política.
Araújo escreveu, em um post recente em seu blog, que "a esquerda fica apavorada cada vez que ressurge o debate sobre a possibilidade de classificar o nazismo como movimento de esquerda", explicando que, em um sua opinião, o nazismo foi um movimento de esquerda.
"Livres dessa inibição, podemos facilmente notar que o nazismo tinha traços fundamentais que recomendam classificá-lo na esquerda do espectro político", escreveu o chanceler , que já havia expresso opiniões semelhantes em outras ocasiões.
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Araújo, inclusive, acompanhará Bolsonaro na visita ao Museu do Holocausto de Israel. De acordo com o programa da visita, a comitiva visitará a exposição Flashes of Memory – Fotografia durante o Holocausto. O presidente também vai depositar flores em homenagem às vítimas do nazismo e assinará o livro de honra do memorial.