Um novo apagão atingiu a Venezuela, na tarde dessa segunda-feira (25), e se estende até a manhã desta terça-feira. O governo suspendeu o dia de trabalho e as aulas no país. É a segunda vez que a Venezuela tem falha no fornecimento de energia em menos de um mês. O primeiro período de escuridão durou uma semana e foi o mais longo da história.
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O apagão começou por volta das 13h30 locais, 14h30 no horário de Brasília, e afetou o sistema de transporte público, semáforos, sinal de telefone e internet e o comércio de Caracas. No entanto, cerca de três horas depois, os serviços voltaram ao normal na capital e em regiões centrais do país, como Miranda, Carabobo e Aragua.
Mais tarde, por volta das 22h, voltou a faltar energia em 21 dos 23 estados da Venezuela. No Twitter, algumas pessoas relataram que já estavam sem energia em suas casas de manhã. O governo alega que a falha no fornecimento de energia teria sido causada por um ataque cibernético durante a tarde e outro eletromágnetico à noite, que teria gerado um incêndio em uma central.
A vice-presidente da Venezuela , Delcy Rodríguez, responsabilizou o assessor de segurança dos Estados Unidos, John Bolton, o secretário de estado do governo Trump, Mike Pompeo, e o senador republicano Marco Rubio pelos ataques cibernéticos.
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O autodeclarado presidente do país e líder da oposição, Juan Guaidó , publicou uma série de mensagens em sua conta do Twitter sobre o ocorrido. Para ele, o regime de Maduro utiliza esses momentos para desinformar e gerar ansiedade na população. "Falta de manutenção e corrupção do regime são responsáveis pela tragédia, incluindo o novo apagão", acusou.
"Maduro usurpa o poder, mas também usurpa a paz de todos os venezuelanos. O país continua a ser um caos e a ditadura insiste em pôr em risco o que resta da infra-estrutura elétrica nacional que, segundo eles, foi guardada pelas forças armadas", completou Guaidó.
Maduro usurpa el poder, pero también usurpa la paz de todos los venezolanos. El país sigue siendo un caos y la dictadura insiste en poner en riesgo lo que queda de la infraestructura eléctrica nacional que, según ellos, estaba custodiada por la Fuerza Armada. #ApagónRojo
— Juan Guaidó (@jguaido) 25 de março de 2019
O presidente autodeclarado afirmou ainda que o governo mente para não assumir sua responsabilidade e chamou Maduro de "corrupto". Ele também informou que a oposição está determinando ações para expressar a indignação do povo, que "não vai tolerar mais zombaria dos desastres que eles converteram para a Venezuela".
Do dia 7 a 14 de março, a Venezuela sofreu com o apagão mais longo da história do país, causando problemas nas comunicações, serviço de água, combustível e fornecimento de alimentos. Cerca de 20 pacientes morreram nos hospitais pela falta de energia. Na ocasião, o governo também culpou o governo de Trump por realizar ataques cibernéticos.