Theresa May superou nesta quarta-feira (16), com margem de apenas 19 votos, a votação de moção de desconfiança no Parlamento do Reino Unido, ganhando sobrevida no cargo de primeira-ministra britânica. Após sofrer derrota histórica durante reunião realizada ontem para decidir os termos do Brexit , a líder enfrentou mais uma votação decisiva, mas viu a ação aberta contra seu governo ser rejeitada por 325 votos a 306.
A votação foi trazida à tona pelo líder do Partido Trabalhista – de oposição a May – Jeremy Corbyn, que taxou a administração da primeira-ministra como “governo de zumbi” e alegou que May não está apta ao cargo. O parlamentar ainda destacou que, em dois anos, a ministra não havia sido capaz de fechar um acordo para o Brexit que satisfizesse a maioria do Parlamento.
Após enfrentar derrota histórica de 432 a 202 durante reunião realizada na tarde desta terça-feira (15), a primeira-ministra se viu em um impasse e aceitou a moção proposta. "A casa falou e o governo vai ouvir", disse ela. "É claro que a casa não apoia este acordo, mas a votação desta noite não nos diz nada sobre o que apoia."
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Segundo o jornal americano, The New York Times , até os conservadores que votaram contra o acordo preferiram manter a primeira-ministra no poder, já que o risco de perder a liderança para o Partido Trabalhista, caso fossem realizadas novas eleições, assombrava o Partido Conservador.
Para sobreviver, a primeira-ministra precisava de, pelo menos, 318 votos dentre os 635 deputados que compõem o Parlamento. Se a líder britânica perdesse a moção, a renúncia ao cargo poderia ser feita por iniciativa própria da premiê. Porém, havia ainda a possibilidade de os conservadores resgatarem May como candidata a continuar no cargo de primeira-ministra, ou apresentar um novo nome para ocupar o posto.
O referendo popular que disse sim ao Brexit foi realizado em 23 de junho de 2016, porém, quase três anos depois foi marcada a data para que a saída realmente aconteça. Um acordo precisa ser fechado até o dia 29 de março, às 23h do horário local. Caso contrário, o Reino Unido corre o risco de sair do bloco sem conseguir acordar os seus termos.
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Apesar do prazo curto para que os acordos do Brexit sejam resolvidos, May afirmou que não pretende postergar a data limite para saída do Reino Unido do bloco.