Filho de testemunha no caso Odebrecht na Colômbia é morto por envenenamento

Alejandro Pizano Ponce de León tomou uma água com gás contaminada com cianureto que estava no criado-mudo do pai, Jorge Enrique Pizano, uma das principais testemunhas no caso que investiga pagamentos de propina pela Odebrecht na Colômbia

Alejandro Pizano Ponce de León ao lado do pai, Jorge Pizano, testemunha-chave no caso Odebrecht na Colômbia
Foto: Reprodução/Facebook
Alejandro Pizano Ponce de León ao lado do pai, Jorge Pizano, testemunha-chave no caso Odebrecht na Colômbia


O filho de Jorge Enrique Pizano, Alejandro Pizano Ponce de León, morreu no último domingo (11), em Bogotá, capital da Colômbia, após consumir uma água com gás contaminada com cianureto. A causa da morte só foi descoberta na noite desta terça-feira (13). Seu pai era uma das testemunhas-chaves no caso que investiga pagamentos de propinas pela empreiteira Odebrecht no país vizinho ao Brasil.

O curioso é que Alejandro, que trabalhava como arquiteto, morreu exatamente três dias após o seu pai, que sofria de câncer, mas faleceu em decorrência de um enfarte na última quinta-feira (8). Jorge Enrique Pizano era o responsável pelo controle financeiro  da Rota do Sol II, que liga o o centro ao norte da Colômbia e, segundo seus depoimentos, recebeu propina para que licitações fossem vencidas pela Odebrecht .

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"Segundo a autópsia realizada pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciência Forense, a causa da morte de Alejandro foi envenenamento com cianureto", disse a vice-promotora-geral da Colômbia , María Paulina Riveros em entrevista coletiva.

O curioso é que a água envenenada consumida pelo arquiteto estava em um criado-mudo no quarto de seu pai, Jorge Enrique Pizano. Por isso, a promotoria abriu uma investigação para descobrir quem colocou a bebida no local e com qual intenção.

Como Pizano morreu três dias antes, um novo inquérito foi aberto para apurar se a morte do delator foi realmente um enfarte ou há um crime por trás do caso.

Jorge Enrique Pizano era advogado do Grupo Aval, que é sócio da Corficolombiana, responsável pela administração da rota do Sol II. De acordo com a promotoria colombiana, que investiga casos de corrupção envolvendo a Odebrecht , a empreiteira pagou U$$ 28 milhões em propinas para ter vantagens em contratos.

Em 2015, o advogado entregou ao promotor-geral da República da Colômbia Néstor Humberto Martínez, documentos que provavam a atuação da Odebrecht na Rota do Sol II. Desde então, ele deixou a empresa e foi morar na Espanha, onde morreu.

As investigações sobre a atuação da Odebrecht na Colômbia foram divulgadas no início de 2017. Desde então, um  vice-ministro do país foi preso acusado de favorecimento à empreiteira brasileira.