ONU exige "a verdade" sobre desaparecimento de jornalista saudita

Jamal Khashoggi foi visto pela última vez há mais de 10 dias no consulado saudita em Istambul, na Turquia; o caso, porém, ainda segue sem solução

Em entrevista à emissora britânica BBC, António Guterres expressou o temor de que desaparecimentos como o do jornalista saudita ocorram de maneira mais frequente e sejam considerados algo 'normal'
Foto: Reprodução/ONU
Em entrevista à emissora britânica BBC, António Guterres expressou o temor de que desaparecimentos como o do jornalista saudita ocorram de maneira mais frequente e sejam considerados algo 'normal'

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, exigiu "a verdade" sobre o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi. Khashoggi foi visto pela última vez no dia 2 ao entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia.

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Em entrevista à emissora britânica BBC , o secretário-geral da ONU expressou o temor de que desaparecimentos como o do jornalista saudita  ocorram de maneira mais frequente e sejam considerados algo "normal". Para Guterres, é fundamental garantir que a comunidade internacional "diga claramente que isso não pode acontecer".

Khashoggi, forte crítico do rei Salman bin Abdulaziz Al Saud, desapareceu há mais de 10 dias, mas a Arábia Saudita chamou de "mentirosas" as acusações e de "sem fundamento" as informações sobre o assassinato do jornalista no consulado saudita. O jornalista escrevia para o jornal norte-americano The Washington Post e seu desaparecimento gerou indignação contra o reino saudita.

"Precisamos saber exatamente o que aconteceu e precisamos saber exatamente quem é o responsável", disse Guterres durante uma reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Bali, na Índia. "No momento em que essas situações se multiplicam, acredito que necessitamos encontrar uma maneira de que a responsabilidade por esses atos também seja exigida", ressaltou.

Ainda de acordo com a BBC , uma fonte de segurança turca, cuja identidade não foi revelada, indicou que funcionários de seu país têm material em áudio e vídeo que comprovam que Jamal Khashoggi  foi assassinado nas instalações do consulado na Turquia. O caso, porém, ainda segue sem solução.

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Na última quinta-feira (11), o presidente turco Recep Tayyip Erdogan alertou que seu país não deve permanecer em silêncio sobre o caso de Jamal Khashoggi. O presidente norte-americano Donald Trump, cujo país é aliado tradicional da Arábia Saudita, também continua pedindo explicações a Riad sobre o sumiço do jornalista saudita .


*Com informações da Agência EFE