O número de vítimas do furacão Michael, considerado o terceiro mais forte da história dos Estados Unidos, segue crescendo e já chega a 18 quando somadas as vítima contabilizadas nos estados da Flórida, Geórgia, Carolina do Norte e Virgínia, informaram as autoridades locais.
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Apenas entre esta sexta-feira (12) e sábado (13), sete novas vítimas fatais do furacão Michael foram confirmadas e, apesar do fenômeno natural estar perdendo força e já ter sido rebaixado para tempestade tropical, as autoridades afirmam que o número de vítimas deve aumentar nos próximos dias. Isso porque centenas de pessoas ainda estão desaparecidas e bairros inteiros ainda estão incomunicáveis e no escuro, sobretudo na área de Panhandle.
O Departamento de Emergência do estado de Virgínia (VDEM) informou pela conta oficial no Twitter que só no estado foram "confirmadas cinco mortes, 520 mil pessoas sem eletricidade 1,2 mil estradas fechadas". Dessa forma, equipes de resgate estavam batendo de porta em porta e usando cães farejadores, drones e equipamentos pesados para procurar sobreviventes em meio aos entulhos, o que dificulta bastante o trabalho de localização dessas pessoas.
Sendo assim, conforme as condições melhoram e as equipes de busca podem realizar seu trabalho, a tendência é que o número de vítimas aumente bastante. O administrador da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA, na sigla em inglês), Brock Long, declarou à agência Reuters, na sexta-feira, que "ainda não entramos em algumas das áreas mais atingidas e confirmou que esperava ver o número de fatalidades subindo rapidamente.
Segundo a rede voluntária de busca e resgate CrowdSource Rescue, com sede em Houston, cerca de 2.100 pessoas ainda estão desaparecidas ou precisam de ajuda na Flórida.
Furacão Michael é o terceiro pior da história dos Estados Unidos
O número de vítimas ainda é considerado baixo quando comparado com a força e a velocidade com que o furacão Michael atingiu os Estados Unidos. Considerado o terceiro mais poderoso da história, ele "tocou o chão" perto de Mexico Beach, na Florida Panhandle, na última quarta-feira (10), com ventos de até 250 quilômetros por hora, sendo classificado como um furacão de grau 4 na escala Saffir Simpson que vai de 1, no mínimo, a 5, no máximo de intensidade.
Dessa forma, o fenômeno natural ficou a apenas 2 quilômetros por hora de chegar ao nível máximo de periculosidade da escala já que ventos a partir de 252 km/h já são enquadrados no nível 5 da escala. De qualquer maneira, isso fez com que o furacão ficasse "abaixo" apenas da tempestade do Dia do Trabalho de 1935 e do furacão Camile, de 1969, que deixaram 408 mortos e 256 vítimas fatais, respectivamente.
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Cientistas afirmam que o fenômeno natural é responsável por condições meteorológicas extremas mais intensas e frequentes, como tempestades, secas, enchentes e incêndios, e que o Michael foi alimentado por temperaturas anormais da água no Golfo do México, de 4 a 5 graus acima da temperatua normal para este período do ano, consequência, ainda segundo os cientistas, do aquecimento global que já chegou a ser negado pelo próprio presidente Donald Trump.
Tamanha força fez com que o furacão empurrasse uma parede de água do mar para o interior do continente, causando inundações generalizadas, além da destruição causada pelos próprios ventos.
Mais de 375 mil pessoas foram obrigadas a sair de suas casas na costa do Golfo do México, mas o furacão subiu tão rápido por dentro do território americano que pessoas que estavam em cidades de outros estados como Geórgia e Carolina do Norte, que já haviam sofrido recentemente com o furacão Florence, não tiveram tempo para se preparar o suficiente para ele e outros tantos não obedeceram às ordens das autoridades de emergência.
Em Panama City, painéis de madeira compensada e metal foram arrancados da fachada de um hotel e parte do toldo caiu e quebrou a porta de vidro do local, derrubando o resto da estrutura sobre veículos estacionados abaixo.
Em Greensboro, a noroeste de Tallahause, capital da Flória, um homem morreu devido à queda de uma árvore sobre o teto de sua casa. Na mesma cidade, uma menina de 11 anos perdeu a vida ao ser atingida por uma estrutura de metal que atravessou o telhado de sua residência.
Numa estrada da Carolina do Norte, um motorista morreu após ser atingido por uma árvore no meio da estrada por onde transitava.
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Agora, o furacão que já foi rebaixado para tempestade Michael avança para o sul de Greensboro (Carolina do Norte) com ventos máximos sustentados em 85 quilômetros por hora. O Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês), porém, advertiu que ainda espera a presença de ventos fortes "capazes de derrubar árvores e causar dandos estruturais" provocados pela formação de tornados secundários ao próprio furacão Michael .