Levantamento realizado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) divulgado nesta quarta-feira (29) traz dados alarmantes: aproximadamente quatro milhões de crianças refugiadas em todo o mundo não frequentam a escola. O número sofreu um aumento de meio milhão se comparado ao mesmo período do ano passado, segundo o documento "Inversão da Tendência: Educação dos Refugiados em Crise".
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O Alto Comissariado informou que, apesar dos esforços dos governos e dos colaboradores da Organização das Nações Unidas (ONU), a matrícula escolar de crianças refugiadas não acompanha o crescimento da população imigrante.
O estudo mostra que, no final de 2017, estimavam-se mais de 25,4 milhões de refugiados no mundo, dos quais 19,9 milhões estavam sob o mandato do Acnur. Desse total, 52% eram menores de idade, sendo que 7,4 milhões eram crianças em idade escolar . Com as dificuldades em acessar à educação, somente 61% conseguiram se matricular em escolas de ensino primário, dentro da porcentagem de 92% das crianças no mundo.
"Com base nesses padrões atuais, a menos que ocorra um investimento grandioso e de urgência, milhares de crianças se juntarão a essas estatísticas preocupantes”, afirmou o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi.
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Educação como ferramenta para recuperar países de crianças refugiadas
O relatório revela também que, conforme essas crianças vão crescendo, os obstáculos para o ingresso no ensino se intensificam. Globalmente, a matrícula no ensino superior é de 37%, porém, para refugiados, a porcentagem despenca para apenas 1%.
Grandi destaca que a educação é um fator extremamente importante não só por potencializar o aprendizado e as oportunidades para as crianças, mas ainda por auxiliar em métodos estratégicos para a reconstrução dos países os quais pertencem. “A educação é uma forma de ajudar as crianças a se curarem, e também uma maneira de reviver países inteiros”, enfatizou.
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Em seu portal oficial, o Acnur clama para que crianças refugiadas sejam incluídas nos sistemas nacionais de educação dos países acolhedores. Além disso, para que não sofram com insuficiências e defasagens, esses espaços necessitam de uma atualização frequente em sua regulação, monitoramento e financiamento. A agência da ONU conclui que, para expandir a infraestrutura e o suprimento de professores nessas áreas, é essencial a mobilização e o apoio dos governos.
*Com informações da ANSA