Donald Trump acusa ex-advogado de inventar fatos em troca de acordo na Justiça

Declaração foi feita no Twitter, depois de Michael Cohen ter admitido violar normas de financiamento de campanhas eleitorais na última terça-feira (21)

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump escreveu em sua rede social sobre as declarações feitas por Michael Cohen
Foto: Twitter/Donald Trump
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump escreveu em sua rede social sobre as declarações feitas por Michael Cohen

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou seu ex-advogado Michael Cohen de “inventar histórias” para conseguir um acordo com a justiça. A declaração foi feita em sua conta no Twitter nesta quarta-feira (22), depois que Cohen se declarou culpado por violar normas de financiamento de campanhas eleitorais.

Na terça-feira (21), o ex-advogado de Donald Trump admitiu ter gerenciado, antes das eleições, dois pagamentos, de US$ 150 mil e de US$ 130 mil, a mulheres que afirmaram ter mantido relações amorosas com o então candidato republicano à Presidência.

Trump ainda voltou a elogiar seu ex-chefe de campanha Paul Manafort, condenado por oito das 18 acusações de fraude bancária e fiscal por um tribunal na Virgínia.

"Eu me sinto muito mal por Paul Manafort e sua maravilhosa família. A ‘Justiça’ pegou um caso fiscal de 12 anos, entre outras coisas, aplicou uma tremenda pressão sobre ele que, ao contrário de Michael Cohen , recusou-se a ceder e criar histórias para conseguir um acordo. Meu respeito a esse homem valente", escreveu o presidente norte-americano na rede social.

Em tom irônico, Trump também afirmou que “se alguém estiver buscando um bom advogado, sugeriria com contundência que não contratasse os serviços de Michael Cohen”.

O ex-advogado do republicano poderia ter recebido uma pena de até 65 anos de prisão pelos crimes cometidos, mas com um acordo fechado com a Justiça, ele deve receber uma multa e um tempo de prisão bastante reduzido, que fica entre três e cinco anos, de acordo com a imprensa americana.

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Acusações relacionadas a Donald Trump

Foto: Wikimedia Commons
A atriz pornô Stormy Daniels afirma ter assinado um acordo de silêncio a pedido do presidente dos EUA, Donald Trump

Michael Cohen, declarou-se culpado em um tribunal de Manhattan, nos Estados Unidos, por violar as leis de financiamento de campanhas. Ele ainda admitiu a compra do silêncio da atriz pornô Stephanie Clifford, conhecida como Stormy Daniels, que alega ter tido um relacionamento extraconjugal com o magnata.

Cohen fez um acordo com promotores federais de Nova York, para depor em uma investigação sobre fraude bancária e fiscal e violação das leis de financiamento de campanhas. Ao todo, ele confirmou estar envolvido em oito acusações, algumas delas relacionadas a Trump .

Em seu depoimento, o ex-advogado afirmou que o pagamento de US$130 mil à estrela pornô foi feito em nome "do candidato", fazendo referência a Trump. Além disso, tinha como "objetivo principal influenciar a eleição" presidencial em 2016, admitiu.

A propina foi paga dias antes das eleições em que o milionário republicano derrotou a democrata Hillary Clinton. Desta forma, as autoridades norte-americanas investigam uma possível infração das regras de financiamento de campanha.

Cohen é alvo da Justiça por ter cometido fraude fiscal e por ter realizado empréstimos bancários irregulares. Ele também já estava sendo investigado pelos pagamentos de suborno que fez às mulheres que alegam ter tido relacionamentos com o atual presidente dos EUA .

Em abril, agentes do FBI invadiram o escritório de Cohen em Nova York e apreenderam documentos e aparelhos eletrônicos. As autoridades buscavam informações sobre uma transação entre o advogado e Stormy Daniels.

Recentemente, o advogado também vazou à "CNN" uma gravação entre ele e o republicano antes do pleito presidencial, no qual os dois conversam sobre possíveis pagamentos para silenciar a modelo da revista Playboy Karen McDougal. Ambas as mulheres alegam ter tido relação sexual com o presidente.

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As alegações de Cohen poderão se estender para outras investigações, o que pode acabar atingindo o presidente Donald Trump .