Relatório aponta possível "interferência de terceiros" no sumiço do voo MH370

Documento oficial divulgado hoje (30) aponta quebras de protocolo durante voo da aeronave da Malaysia Airlines e, pela primeira vez, levanta possibilidade de participação de terceiros durante manobra no ar; leia mais

Marinha dos EUA na busca dos destroços do voo MH370: quatro anos depois, aeronave não foi encontrada
Foto: Fotos Públicas
Marinha dos EUA na busca dos destroços do voo MH370: quatro anos depois, aeronave não foi encontrada

Relatório de segurança divulgado pelas autoridades da Malásia nesta segunda-feira (30) aponta a possibilidade de ter ocorrido “a participação de terceiros” para o desaparecimento do avião da Malaysia Airlines, voo MH370, em 2014. As informações são do The Guardian.

Segundo o documento, o avião teria girado no ar de forma manual, em vez de estar sob controle do piloto automático, e que a “interferência ilegal de terceiros” no voo MH370 não pode ser descartada. “O retorno não pode ser atribuído a um sistema anômalo. O giro do ar foi feito por controle manual, não pelo piloto automático... Não podemos descartar a interferência ilegal de terceiros”, aponta a investigação.

Em coletiva de imprensa nessa segunda-feira, na cidade de Putrajaya, na Malásia, o investigador-chefe, Dr. Kok Soo Chon, apresentou todas informações. Ele não apontou a verdadeira causa do incidente, mas estabeleceu várias quebras de protocolo durante o voo – observados pelo controle de tráfego aéreo tanto na Malásia quanto no Vietnã. Soo Chon, por exemplo, afirmou que a aeronave desapareceu 20 minutos antes que alguém fosse alertado.

Os especialistas envolvidos no estudo da segurança acreditam que o transponder foi propositalmente desligado e, logo em seguida, o avião teria sido desviado para o Oceano Índico. Também concluíram que os quatro transmissores localizadores de emergência (ELT) do MH370 funcionaram mal, significando que não estavam emitindo os sinais normais de socorro que ajudariam a localizar o avião.

O relatório observou que “há relatos de dificuldades com os sinais ELT se uma aeronave entrar na água”, mas não deu razões conclusivas para a falha.

Kok acrescentou que, enquanto algumas evidências “apontam irresistivelmente para a interferência ilegal”, ele ainda enfatizou que nenhum grupo terrorista reivindicou a responsabilidade pelo acidente, por exemplo.

Embora o tão esperado documento tenha sido classificado inicialmente de “relatório final” –, mesmo que investigadores tenham declinado dessa descrição – parece ter chegado às famílias de maneira frustrante, uma vez que não traz respostas sobre onde os destroços possam estar e não conclui o que realmente aconteceu com a aeronave.

O misterioso desaparecimento do voo MH370 

A última comunicação da aeronave foi feita pelo capitão Zaharie Ahmad Shah, que se despediu ao dizer “boa noite, malaio três sete zero”, quando a aeronave deixou o espaço aéreo da Malásia, de acordo com a agência de notícias Reuters .

O desaparecimento da aeronave de voo MH370 , que levava 239 pessoas a bordo em 8 de março de 2014, permanece um mistério depois de quatro anos. Acredita-se que o avião – que saiu da cidade malásia de Kuala Lumpur com destino à capital chinesa, Pequim – mudou de rumo e caiu no sul do Oceano Índico. Até hoje, não foi encontrada.