O número de mortos nos incêndios na Grécia subiu para 80 nesta quarta-feira (25). Os trabalhos de resgate foram intensificados em busca de sobreviventes e de desaparecidos. Oficiais afirmam que agentes de socorro estão passando de casa em casa e de carro em carro dentro das comunidades atingidas pelo fogo, na região litorânea, próxima a Atenas. As informações são do The Guardian.
A morte de uma idosa de 84 anos – que estava em um grupo de 187 sobreviventes feridos – nesta quarta-feira aumentou o número de vítimas fatais até então divulgado, de 79. Pelo menos nove pessoas estão internadas em unidades de tratamento intensivo, e ao menos 11 crianças foram hospitalizadas até agora por causa dos incêndios na Grécia . Ao mesmo tempo, serviços de emergência são constantemente contatados com relatos de pessoas desaparecidas.
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O prefeito da cidade de Maratona, Ilias Psinakis, disse que não há dúvidas de que o número de vítimas fatais irá subir. “Infelizmente, os números estão crescendo. Acredito que foram encontradas mais cinco pessoas hoje – e 40 estavam desaparecidas até cinco horas da manhã [locais] quando deixei a prefeitura”, anunciou.
Entre os mais de 200 desaparecidos está um irlandês, que passava a lua-de-mel na Grécia. Brian O’Callaghan-Westropp se separou da esposa, Zoe Holohan, enquanto tentavam escapar do fogo e não foi mais visto. A mulher conseguiu chegar até a praia, onde foi socorrida e levada ao hospital com queimaduras na cabeça e mãos na noite dessa terça (24).
Pelo menos dois terços das casas no distrito de Maratona estão destruídos, incluindo o resort “Mati” – um dos imóveis afetados pelo fogo . “De 1,9 mil casas em Mati e de 1,1 mil em Neo Voutzas, dois terços foram queimados”, apontou Psinakis.
Como ventos ajudaram a espalhar incêndios na Grécia
O fogo está se esparramando com bastante rapidez e facilidade na região. E um dos fatores que mais contribui para isso são os ventos fortes, segundo aponta Constantine Michalos, que lidera a câmara de comércio e indústria de Atenas. Ele afirma que os incêndios foram espalhados por ventos de até 120 km/h que "mudam de direção minuto a minuto", tornando as operações de resgate particularmente difíceis.
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À rádio RTÉ
, Michalos conta que visitou Mati após o incidente. “A área só pode ser comparada à Síria em um dia depois de forte bombardeio”, desabafa.
Os incêndios na Grécia dos últimos dias já se tornaram um dos piores desastres naturais do país, desde o fogo que atingiu o oeste do Peloponeso em 2007, quando 63 pessoas morreram e o incêndio afetou uma área geográfica muito maior do que a atingida no incidente atual.