O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, nesta quinta-feira (12), que o compromisso dos norte-americanos com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) "continua muito forte". A declaração acontece após dois dias de encontro em Bruxelas, marcados por um tom muito mais agressivo, que vinha sendo adotado pelo republicano – quando Trump chegou, inclusive, a ameaçar tirar os EUA da Otan.
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Nesta quarta-feira, Trump disse, em meio à cúpula de chefes de Estado e de Governo da entidade, na Bélgica, que poderia tirar os EUA da Otan , caso os países aliados não aumentassem, imediatamente, seus esforços e gastos em defesa militar. A declaração foi dada em uma reunião feita em portas fechadas.
Segundo fontes locais, na ocasião, o republicano também voltou a atacar a Alemanha, até diante de líderes de outros países, e em tom mais agressivo do que já vinha fazendo nos últimos dias, quando acusou Berlim de ser "prisioneira energética" da Rússia.
Ameaça de tirar os EUA da Otan deu frutos
A ameaça de Trump, no entanto, parece ter sido bem sucedida, em seu objetivo. Afinal, sua declaração levou a uma reunião extraordinária em Bruxelas para discutir o tema e a uma coletiva de imprensa, onde Trump anunciou que os demais países concordaram com o aumento de gasto em defesa .
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Diante dos jornalistas, o magnata afirmou que "os membros da Otan demonstraram estar de acordo em aumentar a contribuição" em gastos militares, a qual deve ser de "US$ 33 bilhões a mais, vindo de vários países, com exceção dos EUA".
"Eu poderia sair da Otan , mas não será necessário após o aporte de US$ 33 bilhões extras dos aliados", comentou. "Acredito na Otan. Todos os membros concordaram em aumentar os gastos em defesa a níveis nunca vistos antes. A Otan está mais forte que ontem", continuou Trump.
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Em uma declaração final após o encontro, divulgada ainda ontem, os líderes da Otan declararam seu "compromisso inabalável" com um acordo sobre metas de gastos com defesa e enfatizaram suas preocupações com as ameaças representadas por Rússia, Irã e Coréia do Norte. A ameaça de tirar os EUA da Otan , no entanto, não foi nem mesmo mencionada no comunicado.
* Com informações da Agência Ansa.