Mulher é presa sob suspeita de causar mortes de oito bebês em hospital britânico

Além das oito mortes de bebês, ela teria tentado assassinar mais seis crianças; polícia não revelou identidade da suspeita, mas disse que famílias já foram avisadas sobre avanços nas investigações dos casos, iniciadas em 2017

Esta pode ser a investigação policial mais significante sobre mortes de bebês em hospitais do país em 30 anos
Foto: Reprodução/ITV
Esta pode ser a investigação policial mais significante sobre mortes de bebês em hospitais do país em 30 anos

Uma profissional da área da saúde foi presa nesta terça-feira (3) sob suspeita de matar oito bebês e tentar assassinar outros seis, segundo investigações da polícia de Cheshire, na Inglaterra. Segundo informações do The Guardian , a mulher está sob custódia e deverá responder perguntas sobre os casos que ocorreram entre 2015 e 2016. As investigações da polícia tiveram início em maio do ano passado sobre as mortes de bebês no Hospital do Condado de Chester.

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Oficiais afirmaram hoje que estão estudando o falecimento de 17 recém-nascidos e 15 colapsos não fatais entre março de 2015 e julho de 2016 – por isso, o inquérito foi ampliado recentemente. Desse modo, esta pode ser a investigação policial mais significante sobre mortes de bebês em hospitais do país desde o caso da enfermeira Beverly Allitt, conhecida como “Anjo da Morte”, presa há 30 anos por matar quatro crianças com uma injeção letal, e tentar assassinar outras três.

O que se sabe sobre as mortes de bebês em Cheshire

Poucos detalhes sobre os casos foram revelados pela polícia. Líder das investigações, o detetive Paul Hughes disse ao jornal britânico que “ainda não há prazos estabelecidos para chegar a uma conclusão, mas continuamos empenhados em realizar uma investigação completa o mais rápido possível”.

Ainda segundo Hughes, os pais das crianças mortas foram avisados sobre as atualizações das investigações. Todos estão recebendo apoio de especialistas.

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“Nós reconhecemos que esta investigação tem um impacto enorme em todas essas famílias, equipes de profissionais e pacientes do hospital. É um período difícil para as famílias, e é importante lembrar isso – do coração dessa investigação – que há um número de familiares buscando por respostas sobre o que aconteceu com suas crianças”, defendeu o detetive.

O diretor da equipe médica do hospital, Ian Harvey, afirma que todos “estão colaborando para as investigações da polícia”. “Pedir para que a polícia vá atrás disso não foi algo fácil, mas nós precisamos fazer de tudo que pudermos para entender o que foi que aconteceu aqui e ter as respostas que nós e todas as famílias tanto queremos”, completou.

O advogado Neil Fean, que representa duas famílias, afirmou que todos estão “esperançosos de que os oficiais conseguirão encontrar respostas” e que “acreditam que as investigações ainda estão caminhando, e que há muitos passos para serem dados ainda”.

Taxa mais alta de mortalidade de recém-nascidos

Um estudo acadêmico publicado em junho de 2017 apontou que a taxa de mortalidade de bebês no Hospital do Condado de Chester era, pelo menos, 10% maior do que o esperado em instituições de porte similar. A pesquisa ainda revelou que o hospital teve a mais alta taxa de falecimentos entre neonatais em toda a Grã-Bretanha no ano de 2015, ano em que várias das mortes suspeitas ocorreram.

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Os autores do estudo “Mães e bebês: reduzindo o risco por meio de auditorias e consultas confidenciais em todo o Reino Unido” observaram as mortes de recém-nascidos ocorridas em 165 maternidades em todo o país em 2015.

Dois bebês morreram na unidade investigada em 2013 e três, em 2014. Houve oito mortes em 2015 e outras cinco em 2016. Os números mostram, portanto, que o hospital teve a maior taxa de mortes de bebês de 43 hospitais similares, com 1,91 mortes por 1.000 nascimentos, em comparação com uma média de 1,27 nos outros hospitais.